terça-feira, 27 de abril de 2010

O que é errar?!

Hoje recebi um e-mail com um texto de autoria feminina sobre o errar que me pareceu mais uma indignação de um ser humano que se colocou dentro de um processo de não questionamento ao que a sociedade/ cultura de consumo apresenta.

Errar podemos sim, sempre! Basta nos dispormos a arriscar, principalmente porque nossos erros advém das experiencias do nosso eu com o mundo. Então melhorando: quem pode dizer o que está certo ou errado?

Numa sociedade como a nossa, onde a maioria se sujeita à versão dominante de poder, que é masculina, branca e heterossexual, esse é o papel que a falta de consciência fica para quem a quiser assumir. Freud, explica! Ainda que o perceba como mais uma figura, ao que me parece até então, machista.

É seres humanos... errar e acertar são frutos do que socialmente nos propomos a aceitar, individualmente!

Cabelos brancos são feios, ou melhor, é errado ter cabelos brancos numa cabeça de cabelos bem tratados só porque estão na cabeça de uma mulher? Eu deixei de pintá-los porque não quero mais química do que já consumo nos alimentos, estou errada?

domingo, 25 de abril de 2010

Legislação sobre violência contra o professor

De acordo com a pesquisa da Dr. Tania Maria Scuro Mendes e sua aluna Juliana Mosqueur Torres - Vitimização de professores e a "alunocracia" na educação básica, feita com 108 professores da rede básica de educação:

"58% desses docentes não se sentem seguros em relação a condições ambientais e psicológicas nos seus contextos de trabalho e 87% não se consideram amparados pela legislação educacional quando se vêem vítimas de agressões encetadas por alunos. Nestas circunstâncias e como conclusão, 89% dos professores gostariam de poder contar com leis que os amparassem no que tange esta problemática."

Considerando que a amostra inicial deveria ser de 200 professores, fica claro um "abandono" na participação da pesquisa por 46% dos professores, o que é um número grande de pessoas. A justificativa dada e apresentada pelas pesquisadoras foi a "descrença quanto à possibilidade de transformação, à perspectiva da pesquisa e à sua própria situação de educadores (p.25)"

Na postagem do dia 22 deste mês , ressaltei a necessidade de que, como educadores, deveríamos nos posicionar em prol da profissionalização, do restabelecimento das funções docentes, do reconhecimento social de nossas atividades. Além disso, em vários momentos coloquei o quanto acho um absurdo precisarmos de uma legislação que a meu ver é um paliativo para o problema da violência contra o professor que é muito mais extenso do que a polícia possa resolver ou mesmo começar a resolver. Isso é mais um engodo para nos mantermos sob as asas paternalistas do Estado e nos sujeitarmos às suas "vontades", como num aguardo de que algo exterior à escola possa resolver seus problemas. E pior, quando uma lei é criada fica caracterizada a desistência de qualquer negociação ou ação para minimizar o dito problema.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Pesquisas em educação

A cada pesquisa em ciências não naturais que tenho lido, não deixo de pensar que sua hipótese está sempre baseada em apontar justificativas para problemas de ordem social, o que desses problemas já foi discutido e, em algumas raríssimas vezes, o que pode ser feito, linearmente, quanto a esses problemas.

Entendo que a função da ciência é propor problemas, mas não acho que estejamos lutando pela nossa honestidade intelectual (roubo aqui palavras de Karl Popper) quando fechamos os olhos para as experiências exitosas. Ou seja, porque não pesquisar o problema comparativamente a uma proposta de solução ao invés de apenas justificativas para o problema?

Percebo que as pesquisas normalmente se limitam a questões do tipo se isso então aquilo, quando poderiam se estender a se outro isso então não aquilo. Ou seja, por que não lidar com a variação da estrutura lógica se X então Y, alterando-a para se Z então não Y, no caso de Z ser negação de X? Mas é necessário fazer Z ser negação integral de X para que a hipótese seja aceitável?

Talvez a questão seja que, como diz Boaventura, estejamos nos esforçando demais e por isso gastando muito tempo ao tentar lidar com os problemas nas ciências sociais da mesma maneira que nas ciências naturais. Neste caso, penso que os problemas normalmente apontados na relação de hipótese direta (se X então Y) podem ser elaborados por novos caminhos, ainda a serem testados, para que no fim a proposta de solução de problemas seja na verdade uma medida alternativa para se tratar as ciências sociais.

Pode ser que haja esse tipo de investigação metodológica, só que ainda não a encontrei...

Projeto de Lei do Senado nº 191 de 2009

Ás vezes sou meio radical. É mesmo... Mas até que provem o contrário é o que fica valendo.

Acompanho o grupo de Direito e ações afirmativas: direitos humanos na diversidade da Faculdade de Direito da UnB e ontem recebi pelo grupo dois arquivos sobre violência contra professor: uma dissertação e o projeto de Lei do Senado nº 191 de 2009 (este em tramitação). 

O título da dissertação é "A vitimização de professores e a 'alunocracia' na educação básica" (em pdf) escrita pela Dr.Tania Maria Scuro Mendes e sua aluna Juliana Mousquer Torres - conversa para outra postagem.

Quanto ao projeto, de acordo com a Alessandra é um CTRL C + CRTL V da Lei Maria da Penha. Ui!!!! Não sei quais partes se comparam nem nada disso, mas o fato da violência contra o docente ser comparado a violência contra a mulher é sério. Não que exista alguma forma de desmerecimento à legislação em relação à violência contra a mulher. Não é isso!  

Na verdade, percebo isto como uma demonstração sócio-cultural de que nós professores não estamos nos impondo como profissionais ao não exigir nossos direitos e melhorias necessárias para termos um trabalho de qualidade, e por isto não há reconhecimento de uma classe dentro dos processos estabelecidos pela modernidade neoliberal androcêntrica. Ou seja, o docente está sendo diminuído nas relações sócio-culturais tanto quanto as mulheres. 

sábado, 17 de abril de 2010

Dicionário atualizado para Firefox

Para quem é usuário do Firefox, há um complemento excelente para ajudar quanto as novas regras gramaticais: o VERO. Desenvolvido pela família Mozilla é o melhor dicionário atualizado que encontrei por aí.

A versão é a VERO 2.0.7. Totalmente recomendável, e como todo complemento Mozilla, leve e rápido de instalar.

Se você não usa o BrOffice, tem o Microsoft Office 2007 e a ideia continua insistindo em ser idéia, o santo Baixaki tem o link do pacote de atualização para o verificador ortográfico e as orientações de instalação, inclusive porque é necessário ter o pacote SP2 (também tem o link e orientações no Baixaki).

Novas regras gramaticais

Eu sei, eu sei... Isso já está mais do que batido. Tem tempo que deveríamos saber sobre as mudanças ortográficas. Acontece que eu ainda não consegui absorver tudo... Então, fica chato ter que ficar procurando em textos as regrinhas. Como dei uma resumida, baseada em alguns textos, achei legal por aqui um pequeno resumo. Para dar uma estudada vale o livreto do Guia da Reforma Ortográfica do FMU/ Museu da Língua Portuguesa que tem várias informações históricas, e para quem é gosta das coisas mais resumidas, tem o texto Guia Prático da Nova Ortografia do Michaelis. Coloquei ambos na pasta Artigos do meu 4shared.

Trema sai... sem dó. Fica apenas nas palavras estrangeiras.

Acentuação cuidado! Sai em alguns casos e se mantém em outros.

Saem os acentos:
- dos ditongos abertos paroxítonos - ideia (antes idéia), geleia (geléia), colmeia (colméia), jiboia (jibóia), celuloide (celulóide), apoio (apóio - esse era melhor como antes), apoia (apóia) e por aí vai...
- das paroxítonas com i e u tônicos depois de ditongos - feiura (antes feiúra), bocaiuva (bocaiúva),...
- dos êem e ôo - abençoo (antes abençôo), creem (crêem), enjoo (enjôo), voo (vôo),...
- que diferenciam os pares pára/para, pêlo(s)/ pelo(s), pêra/ pera,...
- das formas derivadas de arguir e redaguir.

Então? Percebeu que há problemas com os ditongos e paroxítonas? E também com as palavras com duplas vogais no plural? É nessa hora que temos que ficar mais atentos.

Mantém os acentos:
- dos ditongos abertos oxítonos - herói, papéis, troféu, etc...
- das oxítonas com i e u tônicos depois de ditongos - Piauí, tuiuiú
- que diferenciam os pares por/ pôr, pode/ pôde, com final ter e vir (tem/ têm, vem/ vêm, mantém/ mantêm)

As oxítonas estão como antes!!! Isso é bom, facilita! Poder, ter e vir e acabou!

Espero que isto ajude pelo menos um pouco...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

The Garden (2008)

Ontem assisti The Garden (2008). Uma lição de vida emocionante! Fazia tempo que não chorava ao assistir um documentário. Recomendo a todos que tenham o mínimo de interesse em saber como as comunidades locais podem acabar com a violência de maneira pacífica, mesmo considerando as influências econômico-políticas na desvalorização do conceito de envolvimento comunitário.

Sinopse: Ao longo de três dias em abril de 1992, uma série de motins na parte sul de Los Angeles em protesto contra a absolvição de quatro policiais acusados de espancar um motorista negro, resultam em 53 mortos, mais de 4000 feridos e um bilhão de dólares de prejuízos locais. A população, na busca da superação do trauma e diminuição da violência, cria o Jardim Comunitário. É uma oportunidade de cultivar sua própria comida em 14 acres de área, dividida entre aproximadamente 350 famílias. Mas... como no mundo capitalista nada é o que parece, os interesses econômicos e políticos emergem em contraste com os reais interesses e necessidades da comunidade.

Arrisco até me lembrar de Theodor Adorno em Educação e Emancipação e daí puxar mais um agravante para a história do Jardim Comunitário:
Delírios coletivos, como o anti-semitismo, confirmam a patologia daquele indivíduo que revela não encontrar-se psiquicamente à altura do mundo e se refugia num fantasioso reino interior.

O grupo South Central Farmers se manteve e tem um site. Vale checar!

Download via Torrent, legendado em português.

Trailer