segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Apoio à administração integrada da educação básica e da educação superior no MEC

Compartilhando carta aberta da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (ANFOPE) - os destaques são meus.


Em defesa da concepção sistêmica na gestão federal da educação: em apoio à administração integrada da educação básica e da educação superior no MEC 

No início de abril de 2010, representantes da sociedade civil e do Estado brasileiro, aprovavam o Documento Final da Conae (Conferência Nacional de Educação), fruto de um inédito processo político que mobilizou mais de quatro milhões de cidadãos e cidadãs e determinou uma nova agenda para a educação nacional, marcada pela urgência no estabelecimento do Sistema Nacional de Educação.

Contudo, nos últimos meses, têm tramitado no Congresso Nacional propostas que divergem das deliberações da Conae. Em agosto de 2011, foi ameaçada a exigência de contratação de professores e professoras, com títulos de pós-graduação, para atuar na educação superior no Brasil. Fundamentalmente, foi graças à mobilização da sociedade civil que os senadores e senadoras foram sensibilizados quantos aos riscos dessa proposição.

Nas últimas semanas, o Senado Federal avançou na tramitação de outra proposta contraditória aos princípios sistêmicos da educação nacional afirmados na Conae: aprovou, em uma comissão de mérito, a cisão, na gestão federal, da educação básica e da educação superior.

Propondo dividir a administração federal da educação em “Ministério da Educação de Base” e “Ministério da Ciência e Tecnologia”, a proposta do Senador Cristovam Buarque (PDT-DF) pretende desagregar dois níveis educacionais interdependentes e complementares. Sob o argumento de que tal iniciativa desoneraria o atual Ministério da Educação (MEC) das competências relativas ao ensino superior, tal proposta representa um grave retrocesso, por dar novo ânimo a já superada visão educacional desintegradora, presente nas políticas focalizadas dos anos 1990. Ademais, tal proposição poderá criar mais dificuldades administrativas do que soluções para os problemas existentes, subdividindo instituições, criando novas estruturas, duplicando ações e organismos que possuem o mesmo fim.

Segundo o relatório aprovado na Comissão de Ciência e Tecnologia, outra vantagem advinda da implementação da proposta supracitada é “que o poder político, a capacidade de organização, a visibilidade e a proximidade com a elite do segmento voltado ao ensino superior fazem com que o MEC concentre sua atenção e seus recursos nessa área, em detrimento do conjunto da educação básica”, o que não coaduna com as competências dos entes federados, definidas na Constituição Federal e na LDB, no tocante aos níveis, etapas e modalidades da educação.

Não obstante, a União, por dever constitucional determinado no Art. 211, precisa colaborar mais e melhor com estados e municípios, investindo mais em educação básica; contudo, não pode fazer isso em detrimento da expansão com qualidade da educação superior. Em síntese, para a observância plena do direito à educação, o Brasil não pode opor um nível em detrimento de outro.

Ademais, objetivamente, a proposta de divisão e compartimentalização da gestão educacional, além de ferir a compreensão sistêmica da educação asseverada pela nova redação dada ao caput do Art. 214 pela Emenda à Constituição 59/2009, não determina qualquer mecanismo capaz de garantir o aumento de recursos a ambos os níveis de ensino. De certo, portanto, só haverá o prejuízo do Brasil perder a ainda incipiente intercomunicação e interdependência administrativa entre a educação básica e a educação superior, o que certamente trará grandes prejuízos para a educação brasileira.

A Conferência Nacional de Educação, ciosa da defesa da Constituição Federal de 1988, entende que o direito à educação começa no berço, com o direito à creche, progredindo até a pós-graduação. Desse modo, entende que a gestão educacional liderada exclusivamente por uma pasta facilita o respeito e a consagração desse direito social, além de organizar de modo mais satisfatório a busca de soluções aos problemas educacionais brasileiros, que estão inter-relacionados.

Com total disposição ao debate, as entidades e movimentos signatários desta Carta Aberta, solicitam aos senadores e senadoras a rejeição desta proposta de cisão e total empenho na aprovação de teses e projetos que fortaleçam a agenda sistêmica e articulada da política da educação, considerando, sobretudo, os avanços já alcançados na última década, muitos deles originários da intensa mobilização da sociedade civil em torno da universalização dos direitos educacionais.

Os propositores desta Carta Aberta entendem também que a agenda nacional afirmada na Conae precisa ser a referência primordial no processo de discussão e aprovação do novo Plano Nacional de Educação (2011-2020), de modo a refletir os diagnósticos, princípios, compromissos, diretrizes, metas e estratégias presentes no Documento Final da Conferência Nacional de Educação; o que, conforme exposto, não admite a proposta de divisão de níveis da educação escolar em diferentes ministérios da gestão federal.

Atenciosamente,

- Abrapec (Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências)
- ActionAid Brasil
- ALB (Associação de Leitura do Brasil)
- Anfope (Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação)
- Anpae (Associação Nacional de Política e Administração da Educação)
- Anped (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação)
- BIOgraph (Associação Brasileira de Pesquisa Autobiográfica)
- CAMPANHA Nacional pelo Direito à Educação
- CCLF (Centro de Cultura Luiz Freire)
- Cedeca-CE (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará)
- Cedes (Centro de Estudos Educação e Sociedade)
- CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação)
- Conif (Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica)
- Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino)
- Divisão de Ensino da SBQ (Sociedade Brasileira de Química)
- Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras)
- FINEDUCA (Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação)
- Gestrado (Grupo de Estudos sobre Política Educacional e Trabalho Docente)
- Mieib (Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil)
- Rede Estrado - Brasil (Rede Latino-americana de Estudos Sobre Trabalho Docente)
- SBEM (Sociedade Brasileira de Educação Matemática)
- SBEnBio (Associação Brasileira de Ensino de Biologia)
- SBHE (Sociedade Brasileira de História da Educação)
- SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência)
- SBF (Sociedade Brasileira de Ensino de Física)
- SBQ (Divisão de Ensino da Sociedade Brasileira de Química)
- SINASEFE (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica)
- Ubes (União Nacional dos Estudantes Secundaristas)
- Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação)
- UNE (União Nacional dos Estudantes)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

E os dissensos qualificados?

Como é lindo ver que algumas pessoas estão atentas ao que tem sido feito com as crianças numa sociedade em que colocar vídeos e vídeos de aniversário nas redes sociais tornou-se competição egoica entre pais!
Em que crianças se tornam artigo de investimento a ser recuperado na velhice - é o medo do asilo, ou o medo da solidão?

Se continuarmos a trocar nossas relações com os humanos reais, por reles 204 caracteres numa tela de computador que, por sinal, ocupam um tempo que poderia ser dedicado ao ócio criativo ou à auto-observação. O que será de nós mesmos? O que será de nós como coletivo? Que criatividade se espera num espaço em que todos estão e ninguém está ao mesmo tempo?

OK! Essa é a ideia da atemporalidade da internet, mas e os sujeitos? E as relações? E as trocas de ideias, e os argumentos, e as discussões, e o entrar em consenso. Sair da síncrese e ir para a síntese... Poxa! Onde estão os dissensos qualificados????

Isso é a sociedade do espetáculo? Então não quero fazer parte!

Enfim, a matéria que saiu na folha: Caprichos de adultos...
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/1002879-caprichos-de-adultos.shtml

Nasceu uma dissertação

Pari...
É menina, o nome é Dissertação...
O sobrenome mais complicado porque tive que resumir toda a árvore genealógica de vários avôs e avós em umas poucas palavras. De Freud a Vigotski, de Marx e Engels a Vitor Paro, de Pistrak a Saviani. de Facci e Moraes: Trabalho docente: crítica à perspectiva neoliberal.

Não tem pai, é fato, mas não significa qualquer problema de estrutural cognitiva ou moral...rs...

O parto foi difícil, doeu muito. Custou-me uma inflamação na coluna e dores nas mãos. Motivos variados para chorar. Custou-me deterioração celular devido ao tempo de isolamento, afastamento de algumas pessoas queridas. Mas estou feliz, ainda sem entender muito o porquê e achando um tanto estranho por continuar a mesma... Só com umas dúvidas a mais na cabeça e uma pilha de papel em espiral.

Minha filha só sai oficialmente do hospital para casa depois do dia 30 de novembro a tarde. É que essa é a data da banca. Até lá, fico na ansiedade do preparo da apresentação, releituras prevendo o que poderia ter sido melhor escrito ou aprofundado.

Mas depois de casa, ainda vai ter mais um momento para dar uma geral, melhorar o aspecto para só então, registrá-la em cartório enviando fotos dela para vários bancos de dados... Mas para isso, ainda há tempo... Novamente o tempo.

Ah! Lembrando de motivos para ficar feliz: aproximei-me de pessoas especiais; conheci outra espetaculares; mesmo com as dúvidas, tenho outras ideias a mais. E, o melhor de tudo, saudade da sala de aula!

O legal é que isso é um na item lista "branca" que tenho guardada. Tem um monte de coisas por lá... e tem umas que nem me animam mais... Posso até acrescentar outras. Sempre tem espaço. Só tem é que dar tempo.

Uma carinha sorridente escrevi ao lado da expressão "mestrado em educação" - não escrevi doutorado em educação, mas esse é no ano que vem! Mas daí, é outra história.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Documentário CRTL-V

Bom, já havia falado sobre esse documentário em outra postagem aqui no blog, e exatamente por isso, mesmo não morando em São Paulo, vale, e muito, a dica:

Dia: Segunda, 7 de novembro.
Horário: 20h30.
Local: o CineSesc, em São Paulo (Rua Augusta, 2075).

Dirigido por Leonardo Brant, o filme explora as relações de poder e efeitos da indústria audiovisual sobre as sociedades contemporâneas. Depois da exibição haverá debate com o diretor e os convidados: Massimo Canevacci, Newton Cannito e Valter Sales.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A importância da arte e cultura na vida cotidiana e na economia

Um grande amigo enviou um e-mail maravilhoso... Claro que na hora fiquei tentada a compartilhar! Então, aqui vai!!!

Por Magno Mello

A cultura no Brasil é considerada tão pouco importante, que ainda hoje, em 2011, mal conseguimos associá-la ou analisá-la como ferramenta de educação.

Nesses tempos em que o tema “educação” ocupa lugar de destaque nos discursos de correntes sociais e políticas, não consigo me lembrar de ter ouvido uma única vez a palavra “cultura” associada a esses discursos.

Mas porque a cultura seria tão importante? Somos um país que mal chegou à educação! Não deveríamos primeiro cuidar do mais básico para, aí sim, buscar outros graus de refinamento?

Minha resposta é NÃO! Definitivamente NÃO! Pelo simples fato que a educação, por si, não ensina a pensar.

Quando digo pensar, falo sobre o pensamento independente e individual, a sabedoria e, possivelmente, até mesmo sobre o conhecimento e não apenas a informação. Conhecer algo é tornar-se capaz de transformar, o que quer que seja, a partir desse conhecimento. E a educação, pelo menos como a conhecemos, não tem essa qualidade de ensinar a transformar, ensina apenas a proceder.

O que ensina a transformar, portanto, é a cultura, pois esta não é apenas construção, é também desconstrução. E é transformação permanente, o que não acontece com a educação, que tende a ser mais estática.

Claro que precisamos da educação, é a base, assim como precisamos da proteína e do amido. Mas sem vitaminas e sais minerais não há corpo que se sustente.

A cultura, e aí incluímos também a arte, nos instrumenta de conhecimentos múltiplos, de áreas diversas, e isso nos ajuda a cruzar informações, racionais, emocionais e sensoriais, a fim de obter o que existe de mais caro no mundo de hoje: idéias; e, especialmente, idéias originais. Num mundo em acelerada e irreversível transformação nada pode ser mais importante que o pensamento original.

Esse cruzamento de informações, por exemplo, nos faz antever; que ao pé da letra quer dizer “ver antes”. E enxergar mais rápido, claro, torna-nos mais competitivos. Simples assim.

Um dos maiores problemas do conhecimento atualmente é o que se chama de “obsolecimento”, ou seja, o conhecimento obsoleto, que é um grande depósito de lixo dentro de nossas cabeças e do megacérebro global – como diria Toffler - de informações ultrapassadas. Nunca, em nenhum momento da história, o volume de obsolecimento foi tão grande. E continua aumentando em proporções avassaladoras a cada dia.

Chegará o momento – se é que já não chegou – que o volume de conhecimento obsoleto será muito maior que o de conhecimento válido. E o que fazer com tanta informação perdida?

Acontece que são informações perdidas apenas no pensamento linear, que é pelo qual somos educados. No pensamento não-linear ou cultural, digamos assim, essas informações podem ser ressignificadas, reorganizadas, reestruturadas e recicladas a cada momento, tornando-se novamente idéias, não apenas válidas atualmente, mas com relação ao que está por vir, ao que ainda não foi pensado.

E não podemos deixar de nos perguntar neste momento: por que Steve Jobs conseguiu mudar o mundo com suas idéias? Certamente não foi por meio do pensamento linear.

O pensamento linear é limitado, assim como a educação sem cultura. O pensamento atual, portanto, não pode prescindir da razão aliada ao sentimento, à intuição e às múltiplas informações e sensações.

Uma última pergunta: o que faltou ao genial François Quesnay, que estendendo seus conhecimentos para áreas tão variadas quanto medicina, economia, línguas, agronomia e política, entre outras, não conseguiu – nada próximo, muito pelo contrário, apostou todas suas fichas num perpétuo modelo agrícola – prever a revolução industrial, apenas alguns anos antes dela eclodir?

E a última resposta: faltou-lhe arte!

E ainda tem gente que acha que matérias como música e filosofia jamais deveriam retornar ao currículo escolar, pois mal conseguimos ensinar a matemática.

Os tão bem adestrados economistas americanos e europeus que o digam.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sitio do Pica Pau Amarelo em jogos

Desafio da Emília
Encontrei uns joguinhos do Sitio do Pica Pau Amarelo bem legais!
Para quem trabalha com as crianças bem pequenas ou até do ensino fundamental, estão valendo...

Daí, vale antes fazer contação de histórias, fazer desenhos ou mexer com massinhas - um pouco de arte -, vale passar filminho e discutir com eles. Depois, pra relaxar, ainda dá pra jogarem alguma coisa... Gostaria até de saber qual seria o preferido...

Esse da Emilia, particularmente, amei!!! Fiquei quebrando a cabeça aqui...rs... Bem indicado para desenvolvimento espacial, projeção de movimentos... Vale para a moçadinha de até uns 12 anos... Acho!
Consegui ir até a fase 12 e... Tive que parar... Minha dissertação de mestrado está na reta final e não dá pra ficar brincando... Triste, né?

Em um, o jogador como Narizinho ou Pedrinho vai enfrentando obstáculos pra resgatar a Dona Benta. Não tentei mais de duas telas... Muito Mario Bros pra minha cabeça...
Dona Benta em Apuros

O do Rabicó... Ensina a separar o lixo para reciclagem. Só tentei a primeira fase... Acho fiquei muito tempo na Emilia...rs... Mas a ideia de separar o lixo é bem legal! Dá pra apresentar o jogo num discussão sobre reciclagem...

O Jogo do conselheiro é um jogo da forca... O que fica pendurado é um burro muito engraçado! Para jogar tem que saber das histórias, então, antes tem que ler ou ouvir sobre a turma do Sitio!

Se quiser baixar os jogos, parece que tem como no link:
http://www.techtudo.com.br/downloads/kit-especial-sitio-do-picapau-amarelo
Só que aí... vocês vão ter que testar, ok??

(Atualizado em 5/6/2014)
Nenhum dos links para os jogos estavam funcionando há vários meses, por isto os retirei. O link da Techtudo ainda é válido, não sei se são os mesmos jogos.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Ensino superior no Ministério da Ciencia e Tecnologia?

Realmente era só o que faltava... Está rolando no Senado um projeto de lei que transfere a atribuição do ensino superior para Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

De acordo com a matéria do Estadão, o senador Cristovam Buarque, autor do projeto de lei, aponta dois argumentos (pelo menos é o que está na nota):
- "Hoje, 70% do que a União investe em educação vai para o ensino superior. Com um ministro cuidando apenas da educação básica, isso vai mudar."
- os alunos do ensino superior se mobilizam mais do que os do ensino básico

Acho que dessa vez ele pisou na bola... Alguns dos motivos:
Com alteração de ministério, fica explicita a valorização do desenvolvimento científico na área de ciências tecnológicas, ou seja, alimenta-se o mercado dos subprodutos tecnológicos. E neste caso, o que será do desenvolvimento das ciências humanas e sociais aplicadas?

Além disso, saindo a educação superior, é claro que os recursos diminuem... Em quanto? Neste caso, pode haver a justificativa de redução drástica tendo em vista que o ensino superior tinha custos altos.

Mais um outro ponto a se considerar é o que há de recursos no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação de modo a assumir o ensino superior... E volto a questionar, o que será das ciências humanas e sociais aplicadas? Só falta dizer que os cursos da área de saúde serão agora vinculados ao Ministério da Saúde...

Ah! E ainda, o Estadão foi bastante tendencioso... A comissão não retirou a responsabilidade do MEC em relação ao ensino superior... Na verdade, há uma tentativa de fazer isso!!!

Enfim, os argumentos não são fortes o suficiente e há muito a ser questionando, principalmente porque avançam para um desmantelamento da pesquisa pela pesquisa, desvinculada de interesses privados e muito menos do capital.

As notas que saíram no Estadão:
- Para senador, divisão do MEC fortaleceria ensino básico
- Comissão do Senado retira do MEC responsabilidade pelo ensino superior


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Estratégias de persuasão em publicidade infantil

Essa vale reproduzir... Para pensarmos mais um pouco na necessidade de discutir como nossos alunos, ainda que pareçam pequenos para tais discussões, sobre a influência da propaganda.

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Psicologia
Pesquisa mapeia estratégias de persuasão em publicidade infantil 

Francisco Brasileiro
Da Secretaria de Comunicação da UnB

Pais de crianças pequenas precisam ficar atentos ao modo como as propagandas influenciam seus filhos. Estudo da Universidade de Brasília identificou 21 estratégias para convencer os pequenos a comprarem produtos em 54 propagandas exibidas durante intervalos de um programa infantil de grande audiência. Mais da metade dos anúncios eram de brinquedos, mas havia também de roupas e lanchonetes. A pesquisa entrevistou ainda 691 pais de crianças de até 12 anos e constatou que a maioria acredita que os próprios filhos são muito menos influenciáveis às táticas do que os filhos dos outros.

Uma das perguntas do questionário pedia que eles classificassem os próprios filhos, os filhos de amigos e os filhos de outros com relação ao grau que a publicidade influencia o consumo das crianças. Em uma escala que variava de 1 (não influencia) a 10 (influencia totalmente) a média das respostas ficou em aproximadamente cinco no primeiro caso, sete no segundo e oito no último. “As questões incluíam perguntas sobre quanto de mesada os filhos ganhavam e as influências positivas e negativas que eles vêem na exposição dos filhos à televisão”, explica o psicólogo Fábio Iglesias, coordenador do estudo. Segundo ele, um resultado mais completo – com 1,5 mil pais – será divulgado antes do próximo dia das crianças.

ANÚNCIOS - A amostra completa de propagandas analisadas incluiu também os anúncios que se repetiram durante as duas semanas anteriores ao dia das crianças do ano passado – o que totaliza 182 peças. As táticas associação, controle do fluxo de informação, justificativas placebo, apelo vívido, distração e humor positivo apareceram em todas, mas ficaram de fora da análise. “A nossa ideia foi fazer uma comparação entre as propagandas, por isso não fazia sentido usar essas, que foram iguais para todos”, explica Stela Lemos, aluna do curso de psicologia que participou do estudo. Dentre as demais se destacaram as de definição de critério de decisão, consenso social, contar uma história e modelagem social.

Para identificar as estratégias a equipe partiu de uma lista de táticas pré-definidas na literatura especializada. A análise foi repetida duas vezes: uma feita por Stela em parceria com o professor Fábio e outra realizada por Lucas Caldas, também aluno da psicologia. “Depois confrontamos as duas análises e fizemos as modificações necessárias”, conta Stela.

Para o professor Fábio, a pesquisa vem acrescentar conhecimento ao debate. “Se fala muita besteira sobre o assunto e ainda existem poucos estudos”, afirma. “Com dados como esse, é possível orientar a criação de políticas públicas para a área”. Ele acredita que a culpa pelo consumo desenfreado entre as crianças não deve ser colocada inteiramente na publicidade. “Vários fatores influenciam, é preciso saber, por exemplo, como a criança está na escola ou se está assistindo muita televisão”, pondera.

O estudo foi financiado por uma parceria da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI) com o Instituto Alana.

sábado, 17 de setembro de 2011

A escola e a relação entre pais e filhos

Um vídeo que vale muito a pena ser assistido no site Webfilhos é o Relação entre pais e filhos. O vídeo trata do afeto e atenção dados às crianças no primeiro ano de vida! Muito bacana mesmo!

A abordagem do vídeo aqui no blog não é porque está associado diretamente à sala de aula, mas porque acho que as Crianças Terceirizadas, título do livro do entrevistado, têm uma relação diferenciada com a educação formal.

No meu entender, para essas crianças, a escola é um espaço onde há atenção e disposição para estabelecimento de relações e por isso extravasam suas necessidades afetivas em sala de aula. E não é difícil observar isso... Quantos de nós professores não tivemos de lidar e continuamos lidando com crianças altamente carentes? E há quanto tempo isso tem sido percebido? Crianças que nos contam as coisas mais comuns, ou mesmo estranhas, esperando que possamos ser mais do que professores, esperando que possamos ser amigos, pais e mães.

Professores não são amigos, são professores. Agem intencionalmente em prol da história, do conhecimento, e, para isso, criam intencionalmente laços de cumplicidade em prol do aprendizado. Amigo é outra coisa!


Para se ter uma ideia do quanto as crianças têm sido negligenciadas, o Dr. José Martins Filho traz no vídeo alguns exemplos que partem o coração... Uma criança de cinco anos que diz que sai com os pais no final de semana; no "sábado para o shopping e no domingo para o mercado"!?!?!

São crianças que crescem e não sabem conversar, não entendem o ponto de vista alheio e por isso não entendem a contrariedade, não compreendem e por isso não se dispõem a ver o resto do mundo, não sabem o que é compartilhamento. A tristeza é que os pais que valorizam mais uma carreira, o consumo e o mercado, uma imagem a ser mantida, do que o humano que está ali e é muito mais carente! Ou será que nós adultos somos infantilizadamente carentes? E por isso incapazes de compreender os pequenos?
(Lembrei de um comentário dizendo que os filmes para adultos são tão estúpidos que os filmes para crianças os aprazem...rs... Ou será que nós adultos é que somos infantilizados?)

Enquanto assistia o vídeo, fiquei pensando que tem uma discussão na psicanálise de que o autismo está associado à falta de atenção da mãe nos primeiros meses de vida, isso porque o primeiro "outro" reconhecido pela criança é a mãe, é quem amamenta... O primeiro contato com o outro é o seio materno. Daí o autista não "reconhecer" o outro... Não sei da validade, nunca li, mas conversei sobre o assunto com quem estuda psicanálise e autismo. É algo a se pensar...

Mas nada disso justifica ausência do pai, muito pelo contrário. A importância de se sentir amado não depende de uma pessoa, mas do primeiro grupo no qual a criança se vê inserida: o grupo familiar. Se o grupo é coeso, tenta manter o equilíbrio, é assim que a criança crescerá, caso contrário...

Enfim, afeto na infância é uma discussão que dá pano pra manga...

Segue o vídeo para que cada um tire suas conclusões...

Relação entre pais e filhos

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Onde dormem as crianças?

Adoro fotografia... Acho que falam por mil palavras... Tanto em relação ao subjetivo, quanto em relação ao racional. O tempo tem um outro formato, assim como a imagem...

E, exatamente por isso, achei interessante compartilhar o link do livro Where Children Sleep de James Mollison.

Como não poderia ser diferente, as imagens são lindas e mostram muitas realidades... As cores, as sombras as perspectivas, os olhares das crianças, suas roupas... Tudo compõem uma amostra dos locais onde essas crianças dormem, algo como uma volta ao mundo... Mas nada comparado à perspectiva do filme Home de Yann Arthus-Bertrand (2009) e que é realmente uma volta ao mundo - aliás, que não assistiu esse filme, vale muitíssimo a pena!!! É lindo e de trilha sonora igualmente linda, somado a uma sacudidela em nossos egos e nessa nossa visão obliterada de consumo. Tirou-me lágrimas... Mas, essa é outra história...

Voltando às fotografias... Apesar das belas fotos e o incomodo do que representam - a marginalidade expressa por meio dos locais onde as crianças dorme - fica também a dúvida do que o autor realmente queria.

É fato que uma volta ao mudo daria muito mais imagens e seria muito oneroso. Entretanto, de 56 (acho) crianças mostradas, 6 são brasileiras, das quais 1 de tribo indígena no Amazonas, 5 das favelas e ruas do Rio de Janeiro. Nada animador, claro! Será que é uma visão unilateral, simplista? Se fosse para buscar os regionalismos porque não olhar também para uma comunidade quilombola ou um acampamento do MST. São realidades que compõe o Brasil. Além do que, se não me engano, as comunidade indígenas ainda têm o hábito de dormir em redes, o que não foi mostrado na imagem.

Fora isso, o texto que acompanha a imagem é notadamente capitalista. A comunidade tem apenas um carro! E qual é o problema?? Existem outras formas de se locomoverem! Fala sério!! O que não foi dito é que a comunidade se entende muito melhor do quem mora, como eu em um condomínio com 96 apartamentos.

Enfim, não podemos esquecer que existem outras perspectivas, outras cidades e outros países, aliás, cujo mundo de fantasia não é absoluto e muito menos ideal!

O link do livro para que cada um tenha a sua opinião!
http://issuu.com/chrisboot/docs/where_children_sleep_by_james_mollison

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Que tempo verbal uso no texto?

Um colega enviou um e-mail hoje sem saber como colocar uma justificativa de um texto na terceira pessoa do plural. Fiquei pensando no quão difícil foi pra mim, no início do mestrado, perceber os erros que muitas vezes, na preocupação de por pra fora, de escrever com coesão, de expor os argumentos dos outros e os meus, vinham em enxurrada. Nossa! Relia os textos e ficava impressionada com as falhas, vícios de escrita, mas sempre com um olhar crítico para encontrar os problemas sem precisar de um revisor (até porque não poderia pagar um).

Aos poucos fui tentando acertar, vendo os retalhos, encontrando erros, lembrando os momentos em que escrevi aquilo para encontrar uma justificativa para o meu posicionamento... Uma loucura! Relia os textos muitas vezes, sempre com um olhar renovado. Muitas vezes parava para fazer qualquer outra coisa para refrescar os canais mentais. Às vezes vinha o texto no singular, outras no plural, às vezes na terceira pessoa e outras na primeira pessoa. Realmente, terrível.

Enfim, não sei se é o caso dele, mas exatamente por ter me visto numa situação parecida com a dele, respondi o e-mail com paciência e depois o adaptei para postar aqui.

Eis minhas colocações....

Se você vai escrever na 1ª pessoa do singular, pense na fala intimista, que aproxima, na fala de quem se expõe, de quem está se colocado como sujeito da ação. É um tempo verbal bem visto nas narrativas e é o que tendemos a usar quando nos justificamos - a justificativa é de cada um e de ninguém mais, é um ponto de vista.

POR EXEMPLO:
"Como professora de escola pública, (EU) passei por momentos de angústia quanto às minhas funções. Nos momentos de reflexão brotavam questões sobre o perfil de um bom profissional e sobre os papéis assumidos pelo bom professor. Muitas vezes (EU) queria saber como viabilizar um ensino com igualdade de oportunidades para os alunos, no qual o conhecimento fosse (re)construído conjuntamente e, no entanto, quase sempre (EU) escutei sobre o mau professor: aquele que não correspondia às expectativas diversas dos pais, alunos e comunidade, que não correspondia às expectativas da mídia, dos órgãos públicos ou das próprias instituições de ensino que pareciam não valorizar ou se importar com os menos favorecidos social, cultural, política ou economicamente.

Claro que minha “pesquisa” (DO EU), subjetiva e não sistematizada, não tem nada de científica, mas com certeza o dito popular “de médico e louco todo mundo tem um pouco” pode ser facilmente trocado por “de médico, professor e louco todo mundo tem um pouco”. De qualquer maneira, tentar entender, por meio de observações, a percepção da sociedade em geral a respeito do trabalho de sala de aula e a visão do profissional professor foi no mínimo interessante, mas, é claro, não sanou minhas dúvidas (DO EU) sobre sua atual função e qualidade do seu trabalho."

Já na 1ª pessoa do plural, a fala continua intimista mas agora fazendo parte de um grupo. Acho particularmente escrever um texto todo no plural, nem sei se dá. Acho complexo pensar no grupo o tempo todo. Quando faço isso, venho de uma fala no singular e o plural aparece para falar do grupo no qual me insiro, ou seja, para fortalecer o posicionamento do singular.

POR EXEMPLO:
"Todos fomos (NÓS) alunos e nossa memória está permeada de histórias associadas a professores, sejamos (NÓS) novos professores ou não. Assim, tentar entender, por meio de observações, a percepção da sociedade em geral a respeito do trabalho de sala de aula e a visão do profissional professor foi no mínimo interessante, mas, é claro, não sanou (EU) minhas dúvidas sobre sua atual função e qualidade do seu trabalho."

3ª pessoa do singular, é o tempo verbal mais comum em textos científicos. É um tempo verbal que expõe um observador externo. É usado para se distanciar, na tentativa do escritor não se envolver e poder ter uma visão geral. É como se o olhar fosse de quem sobrevoa.

POR EXEMPLO:
"O professor não está (ELE) e nem foi preparado (ELE) para lidar com as profundas e rápidas transformações presenciadas no seu cotidiano. No entanto, as atuais modificações tecnológicas obrigam-no (ELE) a se mobilizar e se posicionar quase imediatamente. É como se o homem da atualidade vivenciasse (ELE) o desenvolvimento de um tecido biológico tecnossocial. Cada nova informação é sentida como uma pisada no pé: no momento da pisada, a dor se manifesta (NELE) e o organismo reage por meio de uma resposta, um reflexo que pode ser gritar ou tirar o pé. Entretanto, se a resposta não é imediata, a sensação de desconexão, social e cultural, instala-se; como se o homem não estivesse em pleno funcionamento, como se estivesse doente.

Assim, tornou-se essencial (PARA ELE) participar de redes de comunicação, redes sociais e de aprendizagem, saber o que é um AVA, OA, tutorial, fórum, blog, chat e wiki, saber utilizar celular, BlackBerry, Ipod, MP3, MP4, Palmtop e Tablets. São as novas tecnologias e a internet que também passam a fazer parte da escola e mobilizam o corpo docente a se manifestar, a se inteirar de algo para o qual não foi preparado, para o qual não tinha ideia de que iria aparecer.

Se antes as discussões a respeito de tecnologia nas aulas de matemática se limitavam ao uso da calculadora, como fazer agora com toda essa nova tecnologia à disposição? As ferramentas de interação cabem na palma da mão e não estão mais limitadas a uma simples calculadora com as quatro operações básicas."

Agora, na 3ª pessoal do plural, a fala é de quem se distancia e vê um grupo. Não basta apenas se distanciar e sobrevoar, tem que descrever o grupo. Fala-se deles, daqueles, sem se posicionar no grupo. O escritor é um observador externo ao grupo.

POR EXEMPLO:
"Os professores das escolas passam (ELES) por momentos de angústia quanto às funções assumidas. São momentos de reflexão nos quais é possível que brotem (DELES) questões sobre o perfil de um bom profissional, sobre os papéis assumidos pelo bom professor. Momentos nos quais, muitas vezes, também é possível apontar uma ansiedade em prol de um ensino com igualdade de oportunidades, no qual o conhecimento seja (re)construído conjuntamente."

Resumindo: 
Acho que tudo no plural é complicado, seja na 1ª ou 3ª pessoa. Então, a primeira dica é decida o seu lugar de fala, se você vai falar do seu EU ou do observador externo ELE.

Se vai falar do lugar do EU, daquele que se envolve, que está vivenciando o que coloca, ou seja, primeira pessoa, tome o cuidado de sempre falar de si.

A outra opção é falar da posição da terceira pessoa, da que se distancia, da que observa, com um olhar externo. Dá um pouco de trabalho, pois a tendência é nos aproximarmos quando nos identificamos, mas acho que fica melhor escrito.

Se quiser escrever no plural, sugiro que primeiro escolha o lugar de fala, treine bastante para depois se aventurar. Até porque escrever ora no plural ora no singular não tem nada de elegante.

Particularmente acho muito difícil escrever tudo a primeira pessoa, principalmente quando se trata de exposição de argumentos. Não dá pra colocar fala de outras pessoas e continuar falando de mim... É muito ego inflado! Mas há algumas situações e alguns estudos que aceitam e fica bem esse tipo de texto: psicanálise, algumas áreas da psicologia, áreas associadas à fenomenologia ou às pesquisas com narrativas. Mas isso é a minha opinião.

Enfim, manda ver... Decida-se e comece a escrever. Para isso sempre tem que haver um primeiro passo!

domingo, 21 de agosto de 2011

Escuta mas não entende?

Nos últimos meses estou às voltas com minha dissertação de mestrado - na verdade, com a análise das entrevistas, observações e as últimas visitas à escola. Por isso não tenho escrito muito por aqui... Minhas mãos estão pedindo descanso!

Mas foi com as visitas na escola em que fiz observações e entrevistas para minha pesquisa, que descobri a existência de mais um distúrbio que interfere no aprendizado, mais especificamente, na comunicação... DPAC.

DPAC significa Distúrbio do Processamento Auditivo Central e é uma alteração no funcionamento do Processamento Auditivo que cria uma falha e impede a capacidade de analisar e interpretar os sons. Ou seja, a pessoa não entende àquilo que ouve, mesmo que apresente uma audição normal.

Isto significa que a pessoa com DPAC tem:
- Dificuldade para relatar conversas ouvidas, dar recados, etc.;
- Pede, com frequência, para que repitam as informações: Hã? O quê? Ou pode dar uma resposta incompatível com a pergunta;
- Dificuldade para decorar nomes, datas, números etc.;
- Dificuldade para entender o que o outro fala, onde há outras pessoas falando ou sons em volta;
- Facilidade em entender errado o que foi dito;
- Dificuldade para localizar da onde vem o som;
- Nota-se ainda, que é desorganizada e esquecida;
- Entre outros.

E na escola...
- Parece desligado, precisa ser chamado várias vezes;
- Dispersa facilmente, muita dificuldade em manter-se concentrado;
- Dificuldade acima do comum para desenvolver a leitura e a escrita;
- Demora mais que os colegas para finalizar as atividades;
- Dificuldade em narrar ordenadamente uma situação que ouviu falar ou mesmo vivenciou.
- Dificuldade para responder rapidamente ao que foi solicitado;
- Pode ser muito tímido ou muito agitado;
- Informações abstratas são mais difíceis para serem compreendidas;
- Dificuldade com o ritmo e na coordenação motora;
- Entre outros.

Mas isto não significa uma vida com dificuldades na comunicação... O quanto antes o DPAC for identificado por um fonoaudiólogo, por meio de exames específicos para o Processamento Auditivo Central, mais cedo o tratamento ocorrerá. Ou seja, há tratamento e não é demorado se tratado cedo e adequadamente.

A pessoa diagnosticada com DPAC, em princípio, deve receber assistência multidisciplinar e especializada junto ao fonoaudiólogo e ao pedagogo. Também é importante fazer uma avaliação com neurologista no sentido de apurar se ainda há outros comprometimentos ou não.

Para mais informações ou outros contatos: depac.movimentoemdefesa@gmail.com

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Story of Stuff....

Não preciso nem dizer que sou super fã do Projeto Story of Stuff... Tem várias postagem por aqui sobre os vídeos produzidos por eles.

Acho que são demais... Uma pena que o último era muito voltado para questões políticas norte-americanas, mas paciência...

Também me cadastrei para receber newsletter do site, receosa de ficar recebendo mil e uma mensagens todas as semanas... E a surpresa é que quase nunca recebo! De vez em quando aparece uma, o que dá ânimo para ler, pois normalmente é verdadeiramente novidade!!

Enfim, numa das últimas vezes, havia um pedido para leitores do site se candidatassem como voluntários para ajudar nas traduções vídeos. Bom, meu inglês não é essas coisas, mas quem sabe posso ajudar. Depois de preencher uma ficha, larguei de mão, sabendo que se precisassem, entrariam em contato.

Muito legal! Enviaram um e-mail, bem simples e direto com os arquivos das legendas e já estou animada com um deles aberto... Não sei se vou conseguir fazer toda a tradução, vamos ver... Mas fico muitíssimo feliz por saber que estou ajudando! Isso sim é ciberativismo, ou não...rs...

De qualquer maneira, também no e-mail, havia um pedido que foi o que me fez vir aqui: para não fazer upload de vídeo que não fosse do próprio site do projeto. Acho que isso é justo, pois assim, eles centralizam a divulgação e podem usar isso como justificativa para mobilização e arrecadação de recursos, certo?

Então, esta postagem é uma justificativa para retirada de um vídeo sobre a água engarrafada de uma postagem antiga. O vídeo era replicado de do Vimeo e como o intuito é divulgar o material via site do projeto, alterei para o link do YouTube que tem possibilidade de legenda!

Então é isso... Vídeo retirado, um com legenda do próprio site do projeto e tradução para os vídeos mais novos!!

sábado, 18 de junho de 2011

Os descartáveis

Na inocência de um pseudoamor encontrado, as pessoas se colocam em posições muitas vezes absurdas. É a paixão, dizem uns. É o amor, dizem outros. A entrega é sempre constante. Mas veja bem...

Se um, jura de pés juntos que ama, arrisca esconder o argumento da união em prol do ego, da reprodução, da transmissão de valores sociais, algo como privilegiar o se ver no mundo e experimentar a vida tipicamente "familiar". Percepções e situações que avisam sobre o tempo que passa, sobre o legado que não será deixado. Talvez a aliança, o círculo sagrado possa representar a vontade do comprometimento. Mas que comprometimento? Que parceria? Que convívio? Volto a apontar: aqueles buscados à sua própria volta na tentativa vã de uma reles prática repetitiva, imitativa, quando é mais do que sabido que o aprendizado por imitação é alienante?

Se o outro, também jura que ama, no intento de satisfazer seus mais sinceros sentimentos, dispõe-se a situações que maculam sua própria realidade, pois o que é vivido baseia-se em ilusões. Realidades são criadas e a disposição heróica em busca da felicidade eterna, do pseudo amor, é fortalecida em prol de uma vida cuja única certeza é a incerteza, pois desde sempre a realidade vivida nunca foi realmente compartilhada e ambos viveram conjuntamente vidas separadas...

E então, a mácula se instala, pois, ainda que queiram viver uma realidade, cada um está imerso em suas próprias ilusões e conflitos.

Mas como ser humano implica em sofrimento de si mesmo, do próximo ou de quem está distante, essa mácula é única da qual nenhum de nós escapa. Isto por um simples motivo: todos esperamos algo de alguém. É a mácula de amar em prol de si, sem compreender que amar é acima de tudo respeitar, libertar.

Mas reparem, no fundo, quem é quem?

Ambos iludidos, assim como o restante do mundo, cada um vivenciando uma realidade própria... Realidade criada por meio de suas próprias expectativas, seus próprios anseios em satisfazer a busca incessante de um dito amor, inalcançável por ser inexistente, por, simplesmente, ser um jogo de egos transformado numa relação na qual cada um tenta se apropriar do outro, pois é a realidade mais simples e palpável para aqueles que vivem em um mundo como o nosso.

De que amor é possível falar? Daquele que é simples paixão, mortal e carnal, que avassala e alarga limites morais dantes não ultrapassados e sempre distendidos, moldada por um ego que na tentativa de se sentir melhor, como num instinto de autopreservação transfigurado em baixa ou alta auto-estima que tenta dominar sem se preocupar em qualquer momento com o outro. É... Um jogo de egos no qual está valendo a máxima que vença o melhor! pois a relação não mais importa. O que importa é apenas cada um. Nada mais.

E como fazer com a eternidade da alma, fundamentada nas relações vivenciadas, que leva consigo as consequências das irresponsabilidades não assumidas? Há espaço para o convívio estabelecidos no diálogo com o outro, na disposição, no compartilhamento com o próximo, no revisitar o eu e o outro? Ou simplesmente não há mais (pre)disposição e são estabelecidas regras primordial, dogmática ou autoritariamente?

Tornamo-nos descartáveis, objetificáveis, individualistas, egoístas? Buscamos prazer nesses sentimentos de adorar odiar o outro? Talvez de alguma maneira isso realmente preencha o vazio propiciado pela falta de valorização do ego pelo outro, ou ainda pelo reconhecer de que não há caixinhas de fósforo no mundo para que todos possam usar como palanque... E mesmo se houvesse, não seriam altas o suficiente dentro de nossa rasa vivência.

Na verdade (a minha, claro!), talvez o que se apresenta não seja nada além da nossa mais ordinária humanidade, algo latente e presente em cada um de nós, seres sociais repletos de inseguranças, cujas tentativas vis de melhoria de auto-estima colocam-nos cada dia mais num mundo de descartáveis...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Será que realmente queremos isso?

Recebi por e-mail umas tirinhas do Quino! O autor da Mafalda, para quem não conhece...

Como sempre as tirinhas de Quino têm uma dose de realidade afiada, mas que não consigo ver com pessimismo, e sim como uma chacoalhada no cotidiano, que vai passando sem nos darmos conta de para onde vamos, uma chacolhada que abre os olhos para o que acontece à volta. Então, considero as tirinhas entusiastas, que buscam nos fazer reconhecer o quão entranhados estamos em nossa rotina a ponto de não conseguimos ver além do que está bem na frente, abrindo espaço para um pensar a mais, para um ponderar e não ficar passível!

Daí fico pensando: é esse tipo de valor que passamos para os nossos alunos? O que temos falado em sala de aula, no pátio e em reuniões pedagógicas? O que temos feito em nossas vidas que se refletem em sala de aula? Faz sentido estarmos sempre com bijus, bolsas e sapatos novos, da moda, e um tonelada de roupas que não são usadas? Que comportamento estamos reproduzindo? É o consumo exacerbado que se mantém sem ponderações?

Muitas as questões que valem a pena ser colocadas para nós mesmos e para nossos alunos!
Um pouco de criticidade não faz, menos ainda pequenas mudanças de comportamento que geram grandes mudanças!








sexta-feira, 27 de maio de 2011

Volta ao mundo em alguns cliques!

Para quem gosta de lembrar que o mundo é grande, mas também pequeno, vale brincar um pouco com o link: http://www.travelpod.com/traveler-iq/amazingrace

São várias opções de localização de cidades, países, locais e imagens no mundo ou em continentes! E com a aproximação do clique em quilômetros...

Fiquei aqui um tempão brincando... Resultado? Tenho que treinar muito mais África e Ásia! Uma vergonha...rs...

Mas, quando fui procurar uma foto de mapa mundi para por aqui achei umas coisas estranhas... Mapas que consideram o oriente médio como outro continente, imagens onde o hemisfério norte é maior... Eu hein... Então, lembrei que quando morei na Austrália achei lindo ver o mapa com a Austrália no centro! Era uma visão bastante não eurocêntrica/ norteamericana! Amei!!

Daí, olhando vagarosamente as imagens, encontrei um mapa diferente! Com a Austrália no hemisfério norte! Justo não? Por que a Europa e Ásia ficam no hemisfério norte? Por que não é a África e América do Sul (nós aqui!!!)?


Mas como tem algumas pessoas que não se contentam em ver o mundo com outros olhos, o mesmo mapa de cabeça para baixo... Para termos uma ideia do quanto nosso mapa é distorcido e como são os mapas na Austrália... bem no estilo Ásia e Europa ao norte:

sábado, 21 de maio de 2011

Notas que vi hoje...

Depois de voltar do EDIPE em Goiânia, mais do que nunca vejo o quanto não podemos desconsiderar que qualquer ação em prol da educação, considerando considerar os múltiplos aspectos que a definem - políticas, economia, contexto social, histórico, cultural, regional, de sistema de ensino, de cultura escolar, pessoal e emocional, de infra-estrutura, por aí vai...

Então, olhando na web um monte de coisas encontrei três links para compartilhar e que valem, e muito, serem lidos/ vistos!

O primeiro: o conjunto CFESS-CRESS, a ABEPSS e a ENESSO lançou uma campanha nacional sobre a formação em Serviço Social à distância. Simplesmente simples e brilhante! Remete a uma proposta de aligeiramento da formação na área, da melhor maneira possível: Youtube e link de escolhas que levam a outros vídeos e opções! Regada de ironias, a campanha, critica o padrão EAD que está posto e que precisa urgentemente ser modificado! E nesse aspecto, posso, de carteirinha, dizer que ainda temos muito tutorial sendo usado como curso, e muito curso sendo levado nas coxas. Sem desmerecer, é claro, a existência de cursos nos quais os professores realmente se ocupam da aproximação com o aluno e o conteúdo, com a construção coletiva e a produção de conhecimento que merecem o devido reconhecimento.

O link para cutucar? www.educacaofastfood.com.br. O vídeo da campanha? Abaixo...



O segundo link a compartilhar é o depoimento da professora Amanda Gurgel. A prof. apresenta os números que correspondem a seu salário e questiona os deputados, em audiência pública, como é que funciona eles acreditarem que ela pode mudar o mundo, transformar a sociedade com um salário como aquele, entre outras coisas! rs... Muito 10!!! http://www.youtube.com/watch?v=yFkt0O7lceA



Por fim, o link para o blog do Luiz Araújo. Nele há várias considerações a respeito das políticas públicas brasileiras. Especificamente, o que me chamou foram os comentários a respeito da análise feita pela Federação Nacional das Escolas Particulares a respeito do PNE 2011-2020. Muito interessante... Só faltou mesmo o documento resultado da análise para enriquecer a discussão!
http://rluizaraujo.blogspot.com/2011/04/mec-abriu-as-portas-do-inferno.html

domingo, 15 de maio de 2011

Trote solidário

Ontem li um livro muito bacana... Adoro odiar meu professor: o aluno entre a ironia e o sarcasmo pedagógico do Antonio A S Zuin. Vale a pena!!!

O mesmo autor também escreveu sobre trotes na universidade... O que foi apontado no livro como uma forma de manifestação da relação de amor x ódio entre alunos e professores - no caso, quando tudo já está no ressentimento e a necessidade de extravasar extrapola o emocional, indo para o físico. Não é a toa que houve caso de morte na USP - apenas mostra como a frustração na relação pedagógica toma rumos inimagináveis...

Mas foi pensando nisso que lembrei de uma notícia no site da UnB sobre trote solidário. Definitivamente é uma maneira de se manifestar, tentando desviar a energia contida para um bem social!

Calouros revitalizam escola durante trote solidário:
http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=4884


Foto é de Alexandra Martins/UnB Agência

Pedalar bem vestido!!!!

Pedalar bem vestido é uma das formas de cicloativismo. É uma negação viva, presencial e à prova de contestação da crença popular de que o ciclista sempre chega ao destino sujo, suado e cheirando mal. Faz com que as pessoas entendam que ciclista não precisa ser sempre um adolescente sem camisa, um homem com roupa de atleta ou alguém que pedala por falta de dinheiro para a condução.

A postagem de Willian Cruz no Vá de Bike! sobre a importância de andar arrumadinho de bicicleta é um real incentivo (o negrito é meu).

Valeu Willian! Como sempre boas postagens!

Quanto à ideia do Copenhagen Cyclechic, recomendo acesso! É um blog cheio de fotos para se ver gente bem arrumada e de bicicleta! As fotos são bem legais e, é claro, tem uma galera estilosamente vestidas. Nada daqueles modelos de esportista, coisa que eu definitivamente não sou, ou sem camisa, como disse o Willian na postagem do Vá de Bike!, mas um pessoal no trânsito, na cidade, indo trabalhar, passear ou se divertir, sem fazer pose, ao natural, como bem dá vontade de sair por aí, sem preocupação com um monte de carros... AH! E tem o Cyclechic de New York também! Super bem fotografado e recomendado!

E depois de dar uma olhada em outros sites sugeridos, encontrei esse vídeo abaixo no Vélo Vogue... Divertido!

Tenho escutado um monte sobre participação em redes sociais. Já virou quase um palavrão...

Participo de algumas sim. Mas nada como um: "mas é claro"! É que tenho a impressão de que se não o fizer serei um ser humano doente, virtualmente ausente socialmente, ainda mais se considerar que uso o computador durante várias horas do dia estudando, navegando, trabalhando e não curto assistir TV (subentende-se jornal, novela, programa de auditório com entrevistas ou não e similares) - o que significa que várias vezes fiquei sabendo de algumas noticias às vezes mais de uma semana depois do ocorrido...

Alienada? Acho que sim... Intencionalmente alienada. Não que não me incomode com o que acontece além do meu campo de visão, mas não adianta muito ficar escutando dia após dias a mesma politicagem, violência crescente e acidentes naturais e me sentir mal por isso quando assistindo, ou não, não faço nada - assim como a maioria da população...

Enfim, voltando às redes sociais, como o tema tem me cutucado um tanto (tantão!), decidi colocar aqui material sobre. Entretanto, algo que tivesse pontos de vista um tanto divergentes para que a coisa não fique nem totalmente a favor, nem totalmente contra. Acho que há pontos a serem considerados... Só ainda não os considerei...rs...

Artigo: Zeitgeist digital e o homem hiperconectado de hoje

Artigo: Facebook só disfarça falta de relações humanas

Vídeo: Mídia social é um modismo?

quarta-feira, 4 de maio de 2011

V Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade.

Local: Campus UFS – São Cristóvão (SE)

Data: 21 a 23/09/2011

Eixos:
  1. Educação, Intervenções Sociais e Políticas Afirmativas;
  2. Educação, Sociedade e Práticas Educativas;
  3. Educação, Trabalho e Juventude;
  4. Formação de Professores Memória e Narrativas;
  5. Educação e Ensino de Ciências Humanas e Sociais;
  6. Educação e Ensino de Ciências Exatas e Biológica;
  7. Educação, Cultura e Religião;
  8. Tecnologia, Mídias e Educação;
  9. Arte, Educação e contemporaneidade;
  10. Educação Infantil e Inclusão Social;
  11. Estudos da linguagem;
  12. Ensino Superior no Brasil;
  13. Educação, Sexualidade e Direitos Humanos;
  14. Psicologia, Aprendizagem e Educação: aspectos psicopedagógicos e psicossociais;
  15. Pesquisa fora do contexto educacional.

Inscrições:
Com apresentação de trabalhos: 10/03 a 10/05/2011
Sem apresentação de trabalhos: 10/03 a 31/08/2011

Resultados dos trabalhos aprovados: 21 de junho de 2011.

Mais informações: www.educonufs.com.br
http://www.educonufs.com.br/vcoloquio/index.htm

Seminário Internacional...

Seminário Internacional em Política e Govenança Educacional para a cidadania, diversidade, direitos humanos e meio ambiente


Realização: Programa de Mestrado e Doutorado de Educação da UCB

Local: Fundação Universa - SGAN 609 Módulo A - L2 Norte/ Brasília

Data: 02 a 06/08/2011

Público-alvo: docentes, discentes (de graduação e pós-graduação), pesquisadores, professores de educação básica e educação superior, gestores educacionais, coordenadores pedagógicos, orientadores educacionais, educadores populares e especialistas, sociedade civil organizada.

Carga horária: Participação nos três dias de Fórum: 12h + Seminário: 18h = Total: 30h.

Número de vagas: 300


Eixos temáticos:
  • Eixo 1 – Políticas Públicas, Governança e Gestão Educacional: desafios sociais
  • Eixo 2 – Política Educacional, Cidadania e Movimentos Sociais: perspectivas e desafios locais e globais
  • Eixo 3 – Política e Gestão Educacional para a Diversidade (étnico-racial, sexual, social, cultural, lingüística)
  • Eixo 4 – Política e Gestão Educacional em e para os Direitos Humanos e o direito à educação no Brasil
  • Eixo 5 – Política e Gestão Educacional para o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
  • Eixo 6 – Política e Gestão Educacional, Sociedade e Juventude

Inscrições de trabalhos: 23 de maio a 05 de junho.

Parcerias: Fundação Universa, Curso de Pedagogia da UCB, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, UnB/GERAJU e Espaço Afro-Brasilidade da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal/EAPE.

Mais informações: http://www.ucb.br/Noticias/2/1966/SeminarioInternacionalEmEducacao/

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Desabafo autista - programação anual ATUALIZADA

De acordo com email recebido, segue a programação do Desabafo Autista do restante do ano.

Durante a realização dos encontros, pais, familiares, amigos, especialistas, professores e outras pessoas interessadas no tema autismo, trocam experiências, apresentam novas informações e, principalmente, relatam e debatem sobre suas vivências com filhos, conhecidos ou familiares autistas e aspergers.

Mais Informações:
movimentoorgulhoautistabrasil@gmail.com
cris3998368@yahoo.com.br
8434-2044

Datas:
16 de Abril - CEF GAN - Asa Norte
21 de Maio - EC 218 de Santa Maria - Santa Maria
18 de Junho - Câmara Legislativa - Asa Norte
16 de Julho - A definir
20 de Agosto - Plano-Piloto - Plano-Piloto
17 de Setembro - EC da Vila do RCG - SMU
22 de Outubro - Plano-Piloto
19 de Novembro - EC 31 Ceilândia - Ceilândia
03 de Dezembro - Confraternização

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Seminário Estadual em MG


Docentes na educação básica brasileira, o caso Minas Gerais: debatendo os resultados finais de pesquisa.

Local: Faculdade de Educação/ UFMG.

Data: 13 e 14 de abril de 2011.

Informações pelo site: www.fae.ufmg.br/gestrado

 

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Lista de filmes...

Recebi uma lista de filmes que acho legal compartilhar. O tema é a história do povo negro. Alguns já assisti, outros ainda não... Mas à medida em que for vendo posto mais detalhes por aqui!

Panteras Negras
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A Negação do Brasil (wmv)
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Abolição_1988_(Zozimo) (wmv)
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Panteras Negras (wmv)
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Chris Rock (legendado)
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Colors (1988) by Carioca (rar)
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Quilombo São José da Serra (documentário, avi)
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Escritores da liberdade (legendado)
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Na Rota dos Orixás
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Por toda minha vida Tim Maia (TVRip.Globo-JulioZ, avi)
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Quilombo (Caca Diegues)(wvm)
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SIMONAL-Ninguém sabe o duro que dei (avi)
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Shaft Stirner VHSRip (legenda pt-br, rmvb)
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Shaft 2000 (legendado, rmvb)
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Soul man 1986 (com legenda zipada, rar)
http://www.megaupload.com/?d=KM0393RX

Todo poder para o povo (wmv)
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Os panteras negras (avi)
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Panteras negras (documentário)
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quarta-feira, 30 de março de 2011

Estudo compara cérebro de crianças

Imagina um dia você ir ao médico com seu filho(a) para uma visitinha regular e, ao longo da conversa, que a priori deveria ser tranquilizadora, tendo em vista que seu(sua) filho(a) apresenta um crescimento saudável, você recebe a notícia de que ele pode se tornar um bandido... Então, esse é o conteúdo da matéria da Folha, do dia 07 de março de 2011.

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/885673-estudo-compara-cerebro-de-criancas-psicopatas-e-bandidos.shtml

De acordo com a Folha, depois de receber esta bomba do médico,  a "boa notícia" trazida pelos pesquisadores é que seu filho, se tiver um cérebro "malvado", pode não se tornar um bandido, mas um político corrupto. [Já que] criminosos armados e de colarinho branco têm cérebros parecidos.

De início pânico total, talvez descrença... depois, preocupação sobre que comportamento adotar? O que fazer? Psicólogos, psiquiatras, terapeutas de todos os jeitos? Trancar a criança? Colocar em qual escola? Uns podem dizer que é uma forma de evitar o "mal" (!), outros que basta dar uma educação de qualidade (educação é diferente de escola, tá? depois posto sobre isso!).

Enfim, boa notícia ou não, definitivamente não estamos preparados para lidar com esse tipo de informação sem necessariamente estarmos atrelados à boa e velha economia simbólica - o preconceito. É só pensar no que você faria se não fosse um filho seu!

Como pais e mães a postura é, via de regra, protetora, mas e se fosse seu sobrinho João, a prima Cecília, o coleguinha Pedro do seu filho, sua aluna Mariana... Como você iria lidar com a criança rotulada de futuro bandido ou político corrupto?

Honestamente, considerando que vivemos numa sociedade altamente preconceituosa, em relação a gênero, raça, etnia, religião, orientação sexual, padrões de beleza midiáticos, IMC (índice de massa corporal - os gordinho que o digam!), e por aí vai... O que poderia ser dito em relação ao estigma do "bem" e do "mal", ao qual sempre devemos lembrar que não há ninguém totalmente bom ou totalmente mal?

De acordo com a matéria, Fontaine diz que quanto antes crianças potencialmente perigosas forem identificadas, melhor. "Assim podemos ajudar tanto elas quanto as suas famílias", diz.

Uma ideia seria avaliar se essas crianças não estão em situações que facilitariam o desenvolvimento do seu potencial criminoso, como viver em áreas de pobreza.

Se estiverem, é preciso tirá-las dali. Cérebro "ruim" em um ambiente pior pode ser a receita da tragédia.

Esse tipo de informação no Brasil provocaria um caos, principalmente no sistema escolar que recebe uma quantidade enorme de alunos! Seriam os novos TDAHs? Qualquer criança com comportamento inconstante ou não adequado poderia ser facilmente colocada nesse rol, mesmo sem os exames apropriados... Não é foi assim com o uso da Ritalina?

Além disto, se temos poucos recursos para saúde e educação, haverá para esse tipo de situação? Não há interesse estatal em relação aos direitos sociais! Como viabilizar apoio à sociedade na qual o Estado tem a cada dia se mostrado encaminhar mais para a perspectiva do Estado mínimo, para o Estado neoliberal?

Estigmatizar essas crianças é algo perigoso sem o devido suporte. Novamente, estamos preparados? Além disto, viveríamos intensamente uma dicotomia, quando o mundo não é dicotômico. Isso é incentivar a pensar que há um certo e um errado para tudo e todos, quando há sempre diferentes versões para os fatos por sermos humanos e enxergarmos, cada qual, por meio de uma lente própria. Não esqueçamos que os interesses privados, na grande maioria das vezes, estão acima dos coletivos!

Se há uma real aproximação entre os tamanhos das amígdalas cerebrais das crianças problemáticas e dos "caras maus", há de se ponderar qual o real interesse nesse tipo de divulgação, em prol de quem esse tipo de informação deveria ser divulgada....

Esse posicionamento incentiva também um pensamento positivista ou, no melhor dos casos, neopositivista no qual tudo poderá ser medido e classificado, no qual haverá sempre um sim ou um não. Um tecnicismo no qual não deveríamos nos chafurdar mais, principalmente ao considerarmos que cada vez mais necessitamos do pensamento coletivo, na lembrança de que nossos atos, ações, comportamentos, refletem-se na teia!


Enfim, algo bastante incômodo...

Quem tem medo da mudança?

Apesar do tema ser sobre tecnologia, há de se lembra que como professores, temos que nos posicionar politicamente... Então aí vai algo que considero importante a respeito de direitos autorais...

O título da matéria do Estadão, do dia 20 de março, traz uma pergunta que instiga o Estado a ter um posicionamento mais corajoso frente à questão dos direitos autorais, o que vale a pena ler na íntegra!

http://estadao.br.msn.com/link/artigo.aspx?cp-documentid=28069183

A discussão que parecia pender para o lado do Creative Communs e para os Copyleft parece simplesmente ter perdido vez e voz para os Copyright, mediante pressão estadunidense. De acordo com a matéria, o Brasil faz parte de uma lista anual dos países que não colaboram com a propriedade intelectual e que é usada como pressão em acordos comerciais bilaterais. O que é uma vergonha, pois precisamos na verdade de estimular a criatividade e o uso das tecnologias entre os brasileiros.

Ainda de acordo com a matéria, quando Gilberto Gil assumiu como ministro, em 2003, o Ministério da Cultura (MinC) começou a estreitar relações com o Creative Commons e aderiu não só à licença, usada a partir dali nos seus projetos, mas também a uma visão mais flexível sobre o copyright. A partir de 2007, quando o cargo passou para o ex-secretário-executivo Juca Ferreira, o MinC decidiu mexer no vespeiro e propôs a discussão sobre uma revisão na lei brasileira de direitos autorais que, se aprovada, criaria exceções para o uso educacional e legalizaria o remix e cópias privadas e não-comerciais de obras protegidas.

O criador do Creative Commons, Lawrence Lessig, chegou a dizer que, se as mudanças fossem adotadas, o Brasil teria a mais moderna legislação do mundo nessa área. O texto do projeto, resultado das discussões no período, entrou em consulta pública na internet em 2010 e a versão final foi mandada para a Casa Civil no final do governo anterior. Mas, agora, com a pasta sob o comando de Ana de Hollanda, ele provavelmente passará por novas mudanças.

Ou seja, estamos retroagindo em relação a questões sobre as quais seria imprescindível uma maior independência e autonomia para o desenvolvimento de tecnologia e softwares, no sentido de favorecer a liberdade de informação e, consequentemente, a democratização do conhecimento.

De acordo com o sociólogo Sérgio Amadeu da Silveira, em entrevista no vídeo abaixo, há demanda no Brasil de programadores e técnicos em manutenção de software livre, ou seja, há um mercado a ser explorado que tem como base a liberdade do conhecimento. Para ele, o que está em jogo é o controle sobre formas de conhecimento, liberdade de conhecimento, liberdade de criação.

No final de semana teremos o Flisol, avisado em postagem anterior aqui no blog, e a participação social nesse tipo de evento é uma forma de mostrar interesse no software livre e, consequentemente, o que o mundo da programação e da tecnologia, do Creative Commons e do CopyLeft...

Quanto tem a reciclagem?

Se você quer trabalhar matemática com um tema legal, dá pra usar reciclagem. É algo que ajuda a trabalhar a consciência ambiental, manejo sustentável, permacultura e outros assuntos relacionados à preservação ambiental.

Além disso, há dados e mais dados à vontade na web para brincar com os alunos: porcentagens de produtos reciclados, porcentagem de material reciclado nos produtos, áreas de desmatamento, áreas utilizadas para aterro, medidas de capacidade para calculo de volume de lixo gerado por dia/habitante, e por aí vai.

Se vale a dica, há o link da calculadora ecológica que postei um outro dia aqui, também como incetivo a essas questões e com alguns dados que podem ajudar.

Abaixo, uma imagem beeem bacana para animar os alunos sobre o processo de descarte do lixo nas cidades.


segunda-feira, 28 de março de 2011

The BOBs

The Best of Blogs é um premio noruegues para os melhores blogs.
Neste ano, foram 2101 blogs, 11 finalistas em cada uma das 17 categorias, uma delas brasuca.
Infelizmente tive que tirar o link pela quantidade de SPAMs que recebi!
São blogs interessantes e vale a pena dar uma olhada em cada um, caso não os conheça...
Originalidade, essa é a palavra...
O legal é divulgar e navegar...
Depois é só votar.

sábado, 26 de março de 2011

Dia mundial do Autismo - 02 de abril

No dia 02 de abril é comemorado o Dia Mundial do Autismo, para muitos pode não significar nada, mas para os pais de pessoas com autismo, para as famílias que tem parentes autistas, para os amigos e simpatizantes da causa significa muito, pois ao longo do tempo com muito amor, esforço, perseverança essa pessoas tem lutado por melhorias para os portadores de autismo e por mais visibilidade da causa autista na sociedade, no meio político e junto a profissionais de diversas áreas para que toda a sociedade entenda que essa é uma luta de todos, que só com conhecimento, cooperação e amor essas pessoas terão seus direitos individuais e sociais de fato atendidos.

Em 02.04.2011 muitos monumentos no mundo serão iluminados com a cor AZUL e muitas pessoas estarão vestindo AZUL como uma forma de participar dessa campanha e sensibilizar a sociedade.

Vamos participar!!!

Recebido por email - autor anônimo

terça-feira, 22 de março de 2011

Inclusão Digital – Vivências Brasileiras

O IPSO – Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos convida para o evento de lançamento do livro Inclusão Digital – Vivências Brasileiras, de Maurício Falavigna.

Traçar um panorama da evolução da inclusão digital nesses últimos dez anos não é tarefa das mais fáceis. Só quem acompanhou de perto, ano após ano, os caminhos (por vezes rochosos) dessa trilha pode falar com propriedade sobre o assunto. No livro Inclusão Digital – Vivências Brasileiras, Maurício Falavigna o faz com a maestria, pois além de dominar as palavras em seu texto leve e saboroso, o autor detém o conhecimento de quem participa ativamente do movimento desde o seu começo. Na obra em questão nos são apresentadas a evolução das Oficinas para Inclusão Digital, o processo de implantação dos CRC’s – Centros de Recondicionamento de Computadores e a construção do ONID – Observatório Nacional de Inclusão Digital, culminando na criação do Programa TELECENTROS.BR, política pública de apoio ao tema.


A obra, enquadrada na Lei de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, teve o patrocínio do Dataprev – Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social.

sábado, 19 de março de 2011

Flisol 2011

Festival Latinoamericano de Instalação de Software Livre

Local: União Educacional de Brasília (UNEB – SGAS 910 – Asa Sul)

Data: 09 de abril de 2011 das 8h às 17h

O Festival Latino americano de Instalação de Software Livre é um festival anual de instalação de software livre, gratuito e aberto a toda a comunidade, realizado desde 2005 em diversos países da América Latina, inclusive no Brasil. O evento tem o propósito de promover o uso de softwares livres e a integração de comunidades de usuários de software livre em todos os paí­ses da América Latina. A capital Federal (Brasília) entrará nessa maratona pela 6ª vez.

A instalação de Software Livre é feita de forma gratuita por pessoas tecnicamente preparadas para tal procedimento. Aplicativos livres também são instalados nos computadores, independendo do sistema operacional, sendo observadas a compatibilidade do aplicativo com o sistema em questão.

Mais infos: http://www.flisoldf.blog.br/

Software livre

Software proprietário e software livre são assuntos que deveríamos conversar sempre que possível, tendo em vista que o foco é a liberdade, a informação! Isso mesmo... Liberdade em saber o que estamos usando e em prol de quem, com qual interesse.

A diferença entre um e outro é como comprar soja no supermercado. Se vier indicado nas embalagens que é transgênica, não compro. Se não vem indicada, compro. Só que com o software, como não entendemos a linguagem utilizada, o que está por trás, via de regra, não nos importarmos, certo? Não!

Esse tipo de "instrumento" que instalamos em casa possibilita a empresas, indústrias, corporações, além de monopolizarem o que utilizamos, controlarem o que estamos fazendo ou deixando de fazer tendo em vista que sempre temos que estar logados, identificando-nos. É também um modo fácil de compreender nossos hábitos e costumes.

Aliás, está mais do que provado que existe sempre um interesse escuso, não social, não humano, mas econômico, em controlar informações. Basta lembrarmos da Wikileaks. Ou seja, podemos pensar em um verdadeiro Big Brother virtual.

A ideia aqui é a deixa para a valorização do software livre... De código aberto. Não estou falando de pirataria! Nem de software gratuito, pois tem software gratuito que não é livre. De novo, interessa o código aberto para que cada programador ou empresa possa ajustá-lo em interesse próprio.

Uma outra metáfora, seria ver o software livre como um livro. Todos podem ler, ver o que está escrito (o código de linguagem), ter ideias em cima daquilo que está sendo apresentado, mas a cópia necessariamente tem que respeitar o autor, avisar de onde copiou e que parte copiou! Nada de copiar tudo, não dizer de onde copiou e por o nome, certo?

Enfim, há softwares livres e gratuitos de excelente qualidade como Firefox (navegador de internet), OpenOffice (pacote de editor de texto, planilha, apresentação etc.), Thunderbird (caixa de correio web), Foxit Reader (leitor de pdf), e por aí vai...

O vídeo abaixo dá uma canja sobre o assunto... Impossível não se sentir afetado.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Coletivo Dolores recebe prêmio Shell e protesta

Coletivo Dolores recebe prêmio Shell e protesta | BRASIL de FATO

Amei!!!!

Tudo de bom esse tipo de protesto!!

Apesar de terem ganhado o prêmio, reconhecem o quanto há de manipulação, por motivos econômicos, em locais onde, a priori, o interesse deveria ser social, coletivo, de modo a promover a consciência humana, filosófica e cultural!!

O texto lido pelo coletivo Dolores na premiação:

Para nós do coletivo artístico Dolores é uma honra participar deste evento e ainda ser agraciado com uma premiação.
Nosso corpo de artista explode numa proporção maior do que qualquer bomba jogada em crianças iraquianas.
Nosso coração artista palpita com mais força do que qualquer golpe de estado patrocinado por empresas petroleiras.
Nossa alegria é tão nossa que nenhum cartel será capaz de monopolizar.
É muito bom saber que a arte, a poesia e a beleza são patrocinadas por empresas tão bacanas, ecológicas e pacíficas.
Obrigado gente, por essa oportunidade de falar com vocês.
Até o próximo bombardeio...
...quer dizer, até a próxima premiação!!!


No blog do coletivo Dolores foi postado uma nota pública sobre a premiação. Vale a pena ler também!
Aliás, o blog deles é o máximo!!!!


http://doloresbocaaberta.blogspot.com/2011/03/nota-publica-do-coletivo-dolores-sobre.html

quarta-feira, 16 de março de 2011

Congresso Internacional PeopleNET in education

Realização: ABCBRANDING

Local: auditório da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo.

Data: 25 de Março de 2011

Objetivo: apresentar as possibilidades educacionais e sociais. As Redes Sociais, embora conhecidas por muitos, ainda precisam ser exploradas por boa parte dos profissionais de ensino na maximização da aprendizagem.

Público-alvo: diverso, além de profissionais da educação e do mundo corporativo. A intenção do evento é que haja a discussão das várias aplicações educacionais no mundo já disponíveis das Redes Sociais.

Mais informações: http://www.congressoredesocial.com.br/

Postura na frente do computador

Parece até brincadeira, mas precisamos sempre ser lembrados que a postura de quem sempre trabalha na frente do computador deve ser observada constantemente.

Então, vai aí um vídeo muito bacana com dicas de como devemos sentar ao usarmos o computador para não ficarmos incomodados nem termos problemas de saúde depois!

Fórum de Mulheres de Pernambuco

Mais uma mensagem bacana recebida por email. Só que não veio a fonte e recebi antes do dia 08 de março, então também está atrasada... mas não superada!

É o manifesto do Fórum de Mulheres de Pernambuco em luta por autonomia e liberdade para todas as mulheres!

A palavra liberdade significa ausência de submissão, ausência de dominação pelo outro, autonomia. Para o feminismo, liberdade é o fim das determinações do que deve ser uma mulher.

Por isto, a luta por liberdade é a luta fundamental do movimento feminista. Liberdade de ter um projeto de vida próprio, liberdade de escolher entre ter ou não ter filhos, casar ou não casar, liberdade para ter prazer e fazer sexo com quem quiser, seja homem ou mulher, ou para não fazer sexo. Liberdade de expressão, de opinião. Liberdade que se constrói a partir de condições objetivas, seja para participar politicamente, seja para viver com autonomia econômica. Liberdade enfim, que só se realiza numa vida livre de toda a violência, injustiça e opressão.

Se este ano temos uma mulher presidenta, primeiro tivemos a luta das feministas pelo direito das mulheres ao voto. Mas mesmo com uma mulher na presidência da República, a maioria de nós mulheres não têm condições objetivas de participar da política. Falta tempo! O tempo da vida das mulheres é tomado pela dupla jornada de trabalho – trabalho produtivo, dentro ou fora de casa e trabalho reprodutivo (doméstico). O fato é que a maior parte de nós mulheres vivemos condições extenuantes de trabalho. Além do tempo, falta também dinheiro para financiar nossa participação política. Nós mulheres somos a população pior remunerada na classe trabalhadora. E no mercado de trabalho somos o maior contingente da população em situação de informalidade.

Se temos hoje políticas para mulheres, essas são ainda insuficientes para o tamanho dos desafios e, muitas vezes, essas políticas se resumem a programas de 'capacitação', quando o que precisamos é do reconhecimento de nossa cidadania e de mais política pública. Políticas públicas que promovam a autonomia econômica das mulheres e enfrentem o compartilhamento dos trabalhos de cuidado com crianças e idosos/as ou com pessoas doentes. Políticas públicas que reduzam o peso da dupla jornada de trabalho. Precisamos de mais creches, mais e melhores serviços de saúde com funcionamento pleno, mais e melhores moradias, mais proteção social e inclusão previdenciária. Politicas que promovam reconhecimento e valorização profissional de todas as categorias de trabalhadoras ainda discriminadas: as trabalhadoras domésticas, as parteiras, as catadoras.

E precisamos de uma outra economia. O desenvolvimento da economia capitalista em nosso Estado e por todo o Brasil é visível, mas precisamos avançar no fortalecimento da economia solidária, como alternativa justa e sustentável para a autonomia econômica de nós, mulheres. As pescadoras, marisqueiras, catadoras, as agricultoras e camponesas, as quilombolas e ribeirinhas - todas estão com seus meios de trabalho e sustento ameaçados, seja pela poluição industrial, seja pela expansão da agricultura empresarial, seja pela expropriação de suas terras pela grilagem. É preciso o fim da exploração - da natureza e das pessoas.

Neste 8 de março, também denunciamos. Denunciamos o racismo, tão presente no cotidiano de nossas vidas, herança da colonização patriarcal. Denunciamos a permanência das milenares formas de dominação das mulheres em nome da “fé”.

Denunciamos a permanência da prática da violência contra nós mulheres. Temos a nossa sexualidade ainda marcada pela experiência da violência, ou pela convivência com o risco de sofrer violência. A violência ainda é usada pelos homens como um instrumento para punir ou tolher nossa liberdade. Violência que permanece viva como prática, entre companheiros, entre casais, entre conhecidos e desconhecidos. No campo, nas florestas e nas cidades.

Denunciamos a permanência da exploração de nosso corpos pela indústria do sexo e da pornografia, pela indústria da beleza e da medicina estética. Indústrias que movimentam milhões em todo o mundo e também em Pernambuco. Essas indústrias garantem o enriquecimento de uns poucos às custas da exploração de nossa imagem, impõem padrões de beleza opressores e inatingíveis, disseminam a imagem da mulher brasileira como “mulher sempre à disposição de realizar o desejo dos outros". Essa distorção da ideia de disponibilidade é que nos torna objetos. Nos tornam seres objetificados. E assim, na publicidade somos associadas a tudo o que pode ser vendido. O contrário de ser objeto é ser sujeito. Ser sujeito é o que o feminismo defende para todas as mulheres.

Neste 8 de março, também saudamos todas as mulheres. Saudamos indígenas e negras, que desde tempos imemoriais lutaram em favor de liberdade. Saudamos as mulheres de todos os movimentos sociais, do campo, das florestas e das cidades, que vivendo muitas vezes com a sobrecarga da dupla jornada e enfrentando discriminações, ainda assim lutam e fortalecem as lutas dos movimentos sociais por direitos. Saudamos, enfim, a todas nós mulheres feministas de luta! Lutamos para que todas as mulheres sejam livres!

Há mais de um século, as mulheres socialistas, americanas e europeias, instituíram o 8 de março como data que marca o reconhecimento da luta das mulheres por liberdade, contra a opressão e contra as diversas formas de exploração das mulheres. Desde então, em todo o mundo, mulheres feministas reúnem-se neste dia para homenagear aquelas que lutaram antes de nós e, ao mesmo tempo, para denunciar as formas de dominação patriarcal ainda vigentes. É assim que, mais uma vez, o Fórum de Mulheres de Pernambuco, uma articulação que reúne mais de 60 organizações, vem a publico afirmar que há muito ainda contra o que nos rebelar.