quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A importância da arte e cultura na vida cotidiana e na economia

Um grande amigo enviou um e-mail maravilhoso... Claro que na hora fiquei tentada a compartilhar! Então, aqui vai!!!

Por Magno Mello

A cultura no Brasil é considerada tão pouco importante, que ainda hoje, em 2011, mal conseguimos associá-la ou analisá-la como ferramenta de educação.

Nesses tempos em que o tema “educação” ocupa lugar de destaque nos discursos de correntes sociais e políticas, não consigo me lembrar de ter ouvido uma única vez a palavra “cultura” associada a esses discursos.

Mas porque a cultura seria tão importante? Somos um país que mal chegou à educação! Não deveríamos primeiro cuidar do mais básico para, aí sim, buscar outros graus de refinamento?

Minha resposta é NÃO! Definitivamente NÃO! Pelo simples fato que a educação, por si, não ensina a pensar.

Quando digo pensar, falo sobre o pensamento independente e individual, a sabedoria e, possivelmente, até mesmo sobre o conhecimento e não apenas a informação. Conhecer algo é tornar-se capaz de transformar, o que quer que seja, a partir desse conhecimento. E a educação, pelo menos como a conhecemos, não tem essa qualidade de ensinar a transformar, ensina apenas a proceder.

O que ensina a transformar, portanto, é a cultura, pois esta não é apenas construção, é também desconstrução. E é transformação permanente, o que não acontece com a educação, que tende a ser mais estática.

Claro que precisamos da educação, é a base, assim como precisamos da proteína e do amido. Mas sem vitaminas e sais minerais não há corpo que se sustente.

A cultura, e aí incluímos também a arte, nos instrumenta de conhecimentos múltiplos, de áreas diversas, e isso nos ajuda a cruzar informações, racionais, emocionais e sensoriais, a fim de obter o que existe de mais caro no mundo de hoje: idéias; e, especialmente, idéias originais. Num mundo em acelerada e irreversível transformação nada pode ser mais importante que o pensamento original.

Esse cruzamento de informações, por exemplo, nos faz antever; que ao pé da letra quer dizer “ver antes”. E enxergar mais rápido, claro, torna-nos mais competitivos. Simples assim.

Um dos maiores problemas do conhecimento atualmente é o que se chama de “obsolecimento”, ou seja, o conhecimento obsoleto, que é um grande depósito de lixo dentro de nossas cabeças e do megacérebro global – como diria Toffler - de informações ultrapassadas. Nunca, em nenhum momento da história, o volume de obsolecimento foi tão grande. E continua aumentando em proporções avassaladoras a cada dia.

Chegará o momento – se é que já não chegou – que o volume de conhecimento obsoleto será muito maior que o de conhecimento válido. E o que fazer com tanta informação perdida?

Acontece que são informações perdidas apenas no pensamento linear, que é pelo qual somos educados. No pensamento não-linear ou cultural, digamos assim, essas informações podem ser ressignificadas, reorganizadas, reestruturadas e recicladas a cada momento, tornando-se novamente idéias, não apenas válidas atualmente, mas com relação ao que está por vir, ao que ainda não foi pensado.

E não podemos deixar de nos perguntar neste momento: por que Steve Jobs conseguiu mudar o mundo com suas idéias? Certamente não foi por meio do pensamento linear.

O pensamento linear é limitado, assim como a educação sem cultura. O pensamento atual, portanto, não pode prescindir da razão aliada ao sentimento, à intuição e às múltiplas informações e sensações.

Uma última pergunta: o que faltou ao genial François Quesnay, que estendendo seus conhecimentos para áreas tão variadas quanto medicina, economia, línguas, agronomia e política, entre outras, não conseguiu – nada próximo, muito pelo contrário, apostou todas suas fichas num perpétuo modelo agrícola – prever a revolução industrial, apenas alguns anos antes dela eclodir?

E a última resposta: faltou-lhe arte!

E ainda tem gente que acha que matérias como música e filosofia jamais deveriam retornar ao currículo escolar, pois mal conseguimos ensinar a matemática.

Os tão bem adestrados economistas americanos e europeus que o digam.

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