terça-feira, 9 de novembro de 2010

Tudo começou com os Simpsons?

Encontrei uma vinheta dos Simpsons editada por um grafiteiro londrino, Banksy. Muito boa!!! Crítica aberta à exploração do trabalho asiático em prol da produção para consumo imediato e exacerbado.

Acontece que ontem estava relendo trechos do livro O mundo é plano, do Thomas L. Friedman, e fiquei pensando no quão facilmente somos enganados pelo brilhantismo de uma proposta de planificação do mundo na qual a hegemonia europeia e norte-americana, que não alcança maioria mundial, é mantida e reforçada por jornalistas, administradores e economistas. Os temas sempre vem floreados com propostas que parecem valorizar as comunidades locais, mas na verdade vem cercados de uma série de comprometimentos com apenas uma coisa: o capital!

No livro, Friedman apresenta uma série de sintomas, ou forças como ele diz, para justificar a planificação do mundo cuja ausência de limites geográficos mostra a extensão e a profundidade das relações comerciais entre países, empresas e organizações mundiais. Até aí, tudo bem.

O curioso do livro é que os exemplos relacionados à planificação do mundo via educação são ações implementadas por empresas, cujos presidentes e donos têm funções parecidas em organizações mundiais, como Fundo Monetário Internacional – FMI, e ao mesmo tempo tentam justificar suas empreitadas com o argumento de que todos ganham. São propostas que envolvem, via de regra, ações para facilitar o trabalho do professor: planos de aula, apresentações em PowerPoint, pacotes de dever de casa online e outras maneira animadas de ensinar matemática e ciências (p. 316)e são justificadas com a frase de que todos ganham: A Universidade de Cambridge está ganhando dinheiro com uma empresa que criou um novo nicho; os estudantes indianos ganham um dinheirinho; e os alunos de Cingapura aprendem mais (p. 316-7, grifo meu).

Entretanto, esses ganhos são financeiros, não são igualitários, não consideram as representações culturais locais, não consideram as particularidades das escolas e dos funcionários que nela trabalham, e por aí vai. Numa escola não há apenas professores. Há toda uma equipe que funciona, ou deveria funcionar, em prol da educação. Então o que há de se fazer com o papel dos coordenadores educacionais, orientadores e raros psicólogos?

Enfim, pano para manga essas discussões que podem ser levadas para a sala de aula... Qual estudante não gostaria de dar umas risadas com a vinheta e ao mesmo tempo se deparar com um tema a ser discutido?&

Mas por hora deixo as discussões por aqui e coloco o vídeo da vinheta dos Simpsons... Para alimentar o pensamento!

E Ah! Vale acessar o site do Banksy, há outros vídeos e imagens geniais! http://www.banksy.co.uk 

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