domingo, 21 de agosto de 2011

Escuta mas não entende?

Nos últimos meses estou às voltas com minha dissertação de mestrado - na verdade, com a análise das entrevistas, observações e as últimas visitas à escola. Por isso não tenho escrito muito por aqui... Minhas mãos estão pedindo descanso!

Mas foi com as visitas na escola em que fiz observações e entrevistas para minha pesquisa, que descobri a existência de mais um distúrbio que interfere no aprendizado, mais especificamente, na comunicação... DPAC.

DPAC significa Distúrbio do Processamento Auditivo Central e é uma alteração no funcionamento do Processamento Auditivo que cria uma falha e impede a capacidade de analisar e interpretar os sons. Ou seja, a pessoa não entende àquilo que ouve, mesmo que apresente uma audição normal.

Isto significa que a pessoa com DPAC tem:
- Dificuldade para relatar conversas ouvidas, dar recados, etc.;
- Pede, com frequência, para que repitam as informações: Hã? O quê? Ou pode dar uma resposta incompatível com a pergunta;
- Dificuldade para decorar nomes, datas, números etc.;
- Dificuldade para entender o que o outro fala, onde há outras pessoas falando ou sons em volta;
- Facilidade em entender errado o que foi dito;
- Dificuldade para localizar da onde vem o som;
- Nota-se ainda, que é desorganizada e esquecida;
- Entre outros.

E na escola...
- Parece desligado, precisa ser chamado várias vezes;
- Dispersa facilmente, muita dificuldade em manter-se concentrado;
- Dificuldade acima do comum para desenvolver a leitura e a escrita;
- Demora mais que os colegas para finalizar as atividades;
- Dificuldade em narrar ordenadamente uma situação que ouviu falar ou mesmo vivenciou.
- Dificuldade para responder rapidamente ao que foi solicitado;
- Pode ser muito tímido ou muito agitado;
- Informações abstratas são mais difíceis para serem compreendidas;
- Dificuldade com o ritmo e na coordenação motora;
- Entre outros.

Mas isto não significa uma vida com dificuldades na comunicação... O quanto antes o DPAC for identificado por um fonoaudiólogo, por meio de exames específicos para o Processamento Auditivo Central, mais cedo o tratamento ocorrerá. Ou seja, há tratamento e não é demorado se tratado cedo e adequadamente.

A pessoa diagnosticada com DPAC, em princípio, deve receber assistência multidisciplinar e especializada junto ao fonoaudiólogo e ao pedagogo. Também é importante fazer uma avaliação com neurologista no sentido de apurar se ainda há outros comprometimentos ou não.

Para mais informações ou outros contatos: depac.movimentoemdefesa@gmail.com

2 comentários:

  1. Muito legal a matéria! tenho um filho com 7 anos e ainda não fala,o Otorrino deu esse Diagnostico DPAC,ele faz Fono toda Semana é muito difícil lhe dar com isso,pelo fato dele ser criança ninguém consegue entender oq ele esta falando,pedindo,a comunicação é Péssima! ele ainda não é alfabetiado, devido á esse problema,gostaria de saber si existe outros meios qui possa ajudar no desenvolvimento dele,escolas tratamentos alguma coisa assim!?

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  2. Deve realmente ser muito difícil lidar com a situação.

    Como você o leva a um fono, o tratamento está encaminhado... No entanto, acho que voce também pode ter ajuda de psicopedagogos...

    Sugiro que entre em contato com o pessoal do movimento. Pode ser que alguém possa lhe dar alguma ajuda extra ;)

    depac.movimentoemdefesa@gmail.com

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Obrigada pelo comentário!