À medida que aprendemos crescermos, um leva ao outro, e as mordomias de uma vida fácil na qual o aprendizado não é significativo, não é realmente absorvido ou agregado como num grande abraço, tornam a vida vazia. Se o aprendizado vem sem esforço, sem a compreensão de que é consequência de ações e decisões tomadas ao longo do tempo, até mesmo a passagem do tempo torna-se imperceptível - deixa de fazer sentido alcançar a maturidade. A consciência é necessária. Sem ela apenas vamos, sem rumo, sem direção, sem sentido, sem objetivo, sem ponderar, sem analisar, sem crescer.
É certo que para alguns a tal maturidade pode não ser algo desejável,
os eternos Peter Pan que o digam, para outros pode ser totalmente ignorada, para poucos é reconhecida como processo. Porém a grande lição, o tão bem
vindo retorno consequente do amadurecimento é incomparável: a satisfação pela conquista, pela construção
de algo próprio, pela construção do próprio eu, da identidade assumida. Talvez, por ser essa identidade tão buscada ou
encarecidamente conquistada por alguns ou aqueles que se dispõe, é que valha tanto a pena viver...
Mas é por essas e por outras, que hoje digo, sem qualquer resíduo de vergonha ou receio, que sou professora. Professora no ensino fundamental. Aprendo todos os dias, assumo minhas fraquezas e luto contra minhas inseguranças, passo tempos relembrando o aprendido para poder ensinar melhor. Se fica melhor, não sei. Tento sempre. Mantenho o botão da autocrítica ligado, questiono sobre o meu trabalho esperando por respostas honestas - nada de bajulação, se erro quero saber - e o botão do pesar fica no liga e desliga. Este é intermitente porque piso na bola, sou humana, falho, mas tento acertar. Enfim, aprendo todos os dias. Sempre mais um pouco. E é assim que vivo... Um dia depois do outro, aprendendo e ensinando, fazendo leituras do que é o mundo, da sociedade, de cada uma das pessoas e pessoinhas com as quais convivo.
Enfim, não sou educadora ou mediadora ou qualquer outro nome! Sou simplesmente professora!