Local: IESB-Sul- L2 - SGAS 613/614 - lotes 97 e 98
Horário: sempre das 14h às 17h
Informações: 61 3445-4522
Inscrições: www.iesb.br
Cronograma:
23 de outubro: Conceitos introdutórios; Análise do comportamento e o método ABA; Exercício prático: realizando análises funcionais.
20 de novembro: Como avaliar e escolher intervenções e tratamentos de forma crítica; Como avaliar os resultados de uma intervenção; Exercício prático: elaboração de um programa de ensino.
27 de novembro: Apresentação dos trabalho práticos desenvolvidos pelos grupos; Avaliação crítica do evento e programação de um novo ciclo de seminários.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Ideologia nas HQ's
Estive lendo A Ideologia Alemã, de Marx e Engels. Não sei como não havia lido antes... Mas como diriam, antes tarde do que nunca.
A questão é que minha relação com meu avô (meu paizão de criação) sempre baseada em conversas sobre moralidade, honra, trabalho, entre outras coisas, muitas vezes envolveu comunismo, e mesmo tendo lido algumas coisas sobre o assunto, Manifesto Comunista (de Marx) e Fundamentos da Escola do Trabalho (de Pistrak), diversos artigos sobre o conceito de trabalho, não tinha parado para ler outros textos de Marx e Engels por achar que a leitura seria muito complexa; ou seja, várias vezes li fontes secundárias. Bobagem... Quanto tempo perdido! Talvez o Capital tenha esse viés denso e perturbador (nunca me atrevi a ler uma página), talvez a leitura tenha sido mais fácil do que o imaginado por ter feitos as leituras secundárias. Mas, enfim, nada como o original! Leitura de muito bom grado.
Tudo bem que meu interesse na relação entre divisão de classes, a divisão do trabalho e processos de produção vem de uma história familiar, o que consequentemente me levou a fazer minha pesquisa de mestrado sobre a relação trabalho e educação, mas o que me fez vir aqui não foi exatamente isto. Na verdade, esse assunto vai ficar para uma outra vez.
O que me mobilizou a vir escrever aqui foi saber que a discussão sobre o conceito de ideologia foi germinada no A Ideologia Alemã. Ideologia como ilusão sobre a própria realidade de maneira enviesada, como consciência falsa. Melhor ainda, ideologia como fetichismo da mercadoria, do capital e de outras categorias da economia burguesa. E como não poderia ser diferente, fiquei pensando em quais seriam as primeiras formas de ilusão a que nos submetemos enquanto crianças. HQ's! Claro, nas HQ's temos várias mensagens que nos dizem como nos comportar de acordo com os ditames de um grupo social branca, heterossexual, masculino.
Em outra postagem cheguei a colocar um trecho de uma HQ da Turma da Mônica sobre drogados. Terrível. Tudo bem que temos que valorizar os quadrinhos brasileiros, principalmente porque via de regra não temos representatividade cultural entre os quadrinhos internacionais. Mas ainda assim, incomoda:
- Chico Bento é um garoto que vive na zona rural, fala errado, não consegue aprender, é preguiçoso, as barras de sua calça são rasgadas.
- Magali é uma garota que come, come e não engorda.
- Mônica é mandona, por diversas vezes grosseira, praticante de bulling.
e por aí vai...
Obrigação nossa como educadores, irmãs(ãos), tias(os), mães e pais, familiares, enfim, não é proibir leituras, mas torná-las críticas, conversar sobre o significado do que é apresentado. Chico Bento facilita a criação de um estereótipo e a negação do campo como espaço de desenvolvimento, numa contraposição à cidade. Não é apresentado o campo como um espaço de crescimento, de contato com informações que não se tem vivendo apenas na cidade.
Enfim, sem tornar longa a conversa, para termos uma ideia de como funciona a ideologia nas histórias em quadrinho e, consequentemente, a alienação (ou se preferir, programação) coloquei abaixo a primeira tirinha do Chico Bento que encontrei no nosso amigo Google...
O loirinho, filho de latifundiário (?), sabe muito e fala corretamente; e o Chico Bento...
Aliás, se alguém quiser ler algo bem básico sobre o assunto ideologia nas HQ's recomendo o capítulo 7 do livro Filosofando: Introdução à Filosofia da Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins - livro normalmente adotado nas escolas de ensino médio para ensino de Filosofia. Vale a pena ter!
A questão é que minha relação com meu avô (meu paizão de criação) sempre baseada em conversas sobre moralidade, honra, trabalho, entre outras coisas, muitas vezes envolveu comunismo, e mesmo tendo lido algumas coisas sobre o assunto, Manifesto Comunista (de Marx) e Fundamentos da Escola do Trabalho (de Pistrak), diversos artigos sobre o conceito de trabalho, não tinha parado para ler outros textos de Marx e Engels por achar que a leitura seria muito complexa; ou seja, várias vezes li fontes secundárias. Bobagem... Quanto tempo perdido! Talvez o Capital tenha esse viés denso e perturbador (nunca me atrevi a ler uma página), talvez a leitura tenha sido mais fácil do que o imaginado por ter feitos as leituras secundárias. Mas, enfim, nada como o original! Leitura de muito bom grado.
Tudo bem que meu interesse na relação entre divisão de classes, a divisão do trabalho e processos de produção vem de uma história familiar, o que consequentemente me levou a fazer minha pesquisa de mestrado sobre a relação trabalho e educação, mas o que me fez vir aqui não foi exatamente isto. Na verdade, esse assunto vai ficar para uma outra vez.
O que me mobilizou a vir escrever aqui foi saber que a discussão sobre o conceito de ideologia foi germinada no A Ideologia Alemã. Ideologia como ilusão sobre a própria realidade de maneira enviesada, como consciência falsa. Melhor ainda, ideologia como fetichismo da mercadoria, do capital e de outras categorias da economia burguesa. E como não poderia ser diferente, fiquei pensando em quais seriam as primeiras formas de ilusão a que nos submetemos enquanto crianças. HQ's! Claro, nas HQ's temos várias mensagens que nos dizem como nos comportar de acordo com os ditames de um grupo social branca, heterossexual, masculino.
Em outra postagem cheguei a colocar um trecho de uma HQ da Turma da Mônica sobre drogados. Terrível. Tudo bem que temos que valorizar os quadrinhos brasileiros, principalmente porque via de regra não temos representatividade cultural entre os quadrinhos internacionais. Mas ainda assim, incomoda:
- Chico Bento é um garoto que vive na zona rural, fala errado, não consegue aprender, é preguiçoso, as barras de sua calça são rasgadas.
- Magali é uma garota que come, come e não engorda.
- Mônica é mandona, por diversas vezes grosseira, praticante de bulling.
e por aí vai...
Obrigação nossa como educadores, irmãs(ãos), tias(os), mães e pais, familiares, enfim, não é proibir leituras, mas torná-las críticas, conversar sobre o significado do que é apresentado. Chico Bento facilita a criação de um estereótipo e a negação do campo como espaço de desenvolvimento, numa contraposição à cidade. Não é apresentado o campo como um espaço de crescimento, de contato com informações que não se tem vivendo apenas na cidade.
Enfim, sem tornar longa a conversa, para termos uma ideia de como funciona a ideologia nas histórias em quadrinho e, consequentemente, a alienação (ou se preferir, programação) coloquei abaixo a primeira tirinha do Chico Bento que encontrei no nosso amigo Google...
O loirinho, filho de latifundiário (?), sabe muito e fala corretamente; e o Chico Bento...
Aliás, se alguém quiser ler algo bem básico sobre o assunto ideologia nas HQ's recomendo o capítulo 7 do livro Filosofando: Introdução à Filosofia da Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins - livro normalmente adotado nas escolas de ensino médio para ensino de Filosofia. Vale a pena ter!
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