segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Apoio à administração integrada da educação básica e da educação superior no MEC

Compartilhando carta aberta da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (ANFOPE) - os destaques são meus.


Em defesa da concepção sistêmica na gestão federal da educação: em apoio à administração integrada da educação básica e da educação superior no MEC 

No início de abril de 2010, representantes da sociedade civil e do Estado brasileiro, aprovavam o Documento Final da Conae (Conferência Nacional de Educação), fruto de um inédito processo político que mobilizou mais de quatro milhões de cidadãos e cidadãs e determinou uma nova agenda para a educação nacional, marcada pela urgência no estabelecimento do Sistema Nacional de Educação.

Contudo, nos últimos meses, têm tramitado no Congresso Nacional propostas que divergem das deliberações da Conae. Em agosto de 2011, foi ameaçada a exigência de contratação de professores e professoras, com títulos de pós-graduação, para atuar na educação superior no Brasil. Fundamentalmente, foi graças à mobilização da sociedade civil que os senadores e senadoras foram sensibilizados quantos aos riscos dessa proposição.

Nas últimas semanas, o Senado Federal avançou na tramitação de outra proposta contraditória aos princípios sistêmicos da educação nacional afirmados na Conae: aprovou, em uma comissão de mérito, a cisão, na gestão federal, da educação básica e da educação superior.

Propondo dividir a administração federal da educação em “Ministério da Educação de Base” e “Ministério da Ciência e Tecnologia”, a proposta do Senador Cristovam Buarque (PDT-DF) pretende desagregar dois níveis educacionais interdependentes e complementares. Sob o argumento de que tal iniciativa desoneraria o atual Ministério da Educação (MEC) das competências relativas ao ensino superior, tal proposta representa um grave retrocesso, por dar novo ânimo a já superada visão educacional desintegradora, presente nas políticas focalizadas dos anos 1990. Ademais, tal proposição poderá criar mais dificuldades administrativas do que soluções para os problemas existentes, subdividindo instituições, criando novas estruturas, duplicando ações e organismos que possuem o mesmo fim.

Segundo o relatório aprovado na Comissão de Ciência e Tecnologia, outra vantagem advinda da implementação da proposta supracitada é “que o poder político, a capacidade de organização, a visibilidade e a proximidade com a elite do segmento voltado ao ensino superior fazem com que o MEC concentre sua atenção e seus recursos nessa área, em detrimento do conjunto da educação básica”, o que não coaduna com as competências dos entes federados, definidas na Constituição Federal e na LDB, no tocante aos níveis, etapas e modalidades da educação.

Não obstante, a União, por dever constitucional determinado no Art. 211, precisa colaborar mais e melhor com estados e municípios, investindo mais em educação básica; contudo, não pode fazer isso em detrimento da expansão com qualidade da educação superior. Em síntese, para a observância plena do direito à educação, o Brasil não pode opor um nível em detrimento de outro.

Ademais, objetivamente, a proposta de divisão e compartimentalização da gestão educacional, além de ferir a compreensão sistêmica da educação asseverada pela nova redação dada ao caput do Art. 214 pela Emenda à Constituição 59/2009, não determina qualquer mecanismo capaz de garantir o aumento de recursos a ambos os níveis de ensino. De certo, portanto, só haverá o prejuízo do Brasil perder a ainda incipiente intercomunicação e interdependência administrativa entre a educação básica e a educação superior, o que certamente trará grandes prejuízos para a educação brasileira.

A Conferência Nacional de Educação, ciosa da defesa da Constituição Federal de 1988, entende que o direito à educação começa no berço, com o direito à creche, progredindo até a pós-graduação. Desse modo, entende que a gestão educacional liderada exclusivamente por uma pasta facilita o respeito e a consagração desse direito social, além de organizar de modo mais satisfatório a busca de soluções aos problemas educacionais brasileiros, que estão inter-relacionados.

Com total disposição ao debate, as entidades e movimentos signatários desta Carta Aberta, solicitam aos senadores e senadoras a rejeição desta proposta de cisão e total empenho na aprovação de teses e projetos que fortaleçam a agenda sistêmica e articulada da política da educação, considerando, sobretudo, os avanços já alcançados na última década, muitos deles originários da intensa mobilização da sociedade civil em torno da universalização dos direitos educacionais.

Os propositores desta Carta Aberta entendem também que a agenda nacional afirmada na Conae precisa ser a referência primordial no processo de discussão e aprovação do novo Plano Nacional de Educação (2011-2020), de modo a refletir os diagnósticos, princípios, compromissos, diretrizes, metas e estratégias presentes no Documento Final da Conferência Nacional de Educação; o que, conforme exposto, não admite a proposta de divisão de níveis da educação escolar em diferentes ministérios da gestão federal.

Atenciosamente,

- Abrapec (Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências)
- ActionAid Brasil
- ALB (Associação de Leitura do Brasil)
- Anfope (Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação)
- Anpae (Associação Nacional de Política e Administração da Educação)
- Anped (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação)
- BIOgraph (Associação Brasileira de Pesquisa Autobiográfica)
- CAMPANHA Nacional pelo Direito à Educação
- CCLF (Centro de Cultura Luiz Freire)
- Cedeca-CE (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará)
- Cedes (Centro de Estudos Educação e Sociedade)
- CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação)
- Conif (Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica)
- Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino)
- Divisão de Ensino da SBQ (Sociedade Brasileira de Química)
- Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras)
- FINEDUCA (Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação)
- Gestrado (Grupo de Estudos sobre Política Educacional e Trabalho Docente)
- Mieib (Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil)
- Rede Estrado - Brasil (Rede Latino-americana de Estudos Sobre Trabalho Docente)
- SBEM (Sociedade Brasileira de Educação Matemática)
- SBEnBio (Associação Brasileira de Ensino de Biologia)
- SBHE (Sociedade Brasileira de História da Educação)
- SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência)
- SBF (Sociedade Brasileira de Ensino de Física)
- SBQ (Divisão de Ensino da Sociedade Brasileira de Química)
- SINASEFE (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica)
- Ubes (União Nacional dos Estudantes Secundaristas)
- Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação)
- UNE (União Nacional dos Estudantes)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

E os dissensos qualificados?

Como é lindo ver que algumas pessoas estão atentas ao que tem sido feito com as crianças numa sociedade em que colocar vídeos e vídeos de aniversário nas redes sociais tornou-se competição egoica entre pais!
Em que crianças se tornam artigo de investimento a ser recuperado na velhice - é o medo do asilo, ou o medo da solidão?

Se continuarmos a trocar nossas relações com os humanos reais, por reles 204 caracteres numa tela de computador que, por sinal, ocupam um tempo que poderia ser dedicado ao ócio criativo ou à auto-observação. O que será de nós mesmos? O que será de nós como coletivo? Que criatividade se espera num espaço em que todos estão e ninguém está ao mesmo tempo?

OK! Essa é a ideia da atemporalidade da internet, mas e os sujeitos? E as relações? E as trocas de ideias, e os argumentos, e as discussões, e o entrar em consenso. Sair da síncrese e ir para a síntese... Poxa! Onde estão os dissensos qualificados????

Isso é a sociedade do espetáculo? Então não quero fazer parte!

Enfim, a matéria que saiu na folha: Caprichos de adultos...
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/1002879-caprichos-de-adultos.shtml

Nasceu uma dissertação

Pari...
É menina, o nome é Dissertação...
O sobrenome mais complicado porque tive que resumir toda a árvore genealógica de vários avôs e avós em umas poucas palavras. De Freud a Vigotski, de Marx e Engels a Vitor Paro, de Pistrak a Saviani. de Facci e Moraes: Trabalho docente: crítica à perspectiva neoliberal.

Não tem pai, é fato, mas não significa qualquer problema de estrutural cognitiva ou moral...rs...

O parto foi difícil, doeu muito. Custou-me uma inflamação na coluna e dores nas mãos. Motivos variados para chorar. Custou-me deterioração celular devido ao tempo de isolamento, afastamento de algumas pessoas queridas. Mas estou feliz, ainda sem entender muito o porquê e achando um tanto estranho por continuar a mesma... Só com umas dúvidas a mais na cabeça e uma pilha de papel em espiral.

Minha filha só sai oficialmente do hospital para casa depois do dia 30 de novembro a tarde. É que essa é a data da banca. Até lá, fico na ansiedade do preparo da apresentação, releituras prevendo o que poderia ter sido melhor escrito ou aprofundado.

Mas depois de casa, ainda vai ter mais um momento para dar uma geral, melhorar o aspecto para só então, registrá-la em cartório enviando fotos dela para vários bancos de dados... Mas para isso, ainda há tempo... Novamente o tempo.

Ah! Lembrando de motivos para ficar feliz: aproximei-me de pessoas especiais; conheci outra espetaculares; mesmo com as dúvidas, tenho outras ideias a mais. E, o melhor de tudo, saudade da sala de aula!

O legal é que isso é um na item lista "branca" que tenho guardada. Tem um monte de coisas por lá... e tem umas que nem me animam mais... Posso até acrescentar outras. Sempre tem espaço. Só tem é que dar tempo.

Uma carinha sorridente escrevi ao lado da expressão "mestrado em educação" - não escrevi doutorado em educação, mas esse é no ano que vem! Mas daí, é outra história.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Documentário CRTL-V

Bom, já havia falado sobre esse documentário em outra postagem aqui no blog, e exatamente por isso, mesmo não morando em São Paulo, vale, e muito, a dica:

Dia: Segunda, 7 de novembro.
Horário: 20h30.
Local: o CineSesc, em São Paulo (Rua Augusta, 2075).

Dirigido por Leonardo Brant, o filme explora as relações de poder e efeitos da indústria audiovisual sobre as sociedades contemporâneas. Depois da exibição haverá debate com o diretor e os convidados: Massimo Canevacci, Newton Cannito e Valter Sales.