segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A lebre e a tartaruga

Quem não ouviu ou leu a história da lebre e da tartaruga apostando corrida?

É uma história muito bacana para aqueles que são ansiosos como eu ou para quem acha que tem que fazer tudo rapidamente e de qualquer jeito é a melhor solução. Como dizem: nada como persistir, ainda que as coisas tenham que ser feitas vagarosamente. Mas também vale: quem segue devagar e com constância sempre chega na frente. Talvez sirva: não se pode desvalorizar os outros apenas pelo seu jeito, características ou forma de ser. Ou ainda: Não cante vitória antes do tempo... Sei lá... São várias morais para a mesma história mas sempre com o intuito de valorizar características bacanas nos seres humanos.


Mas qual não foi minha surpresa ao ouvir noutro dia uma colega dizendo que entrou numa turminha de educação infantil e descobriu na parede um lindo desenho com várias lebres e tartarugas com os nomes dos alunos escritos nelas... Os mais lentos, claro, são as tartarugas da turma, estão atrás, e os mais aligeirados são as lebres, estão na frente. O que isto significa? Por favor!

Existe uma grande diferença entre usar a história como lição enquanto persistência, não arrogância e valorização das diferenças e usar a mesma história classificando as crianças... É, não deixa de ser uma forma de classificá-las em fracas e fortes, ainda que, espero pelo bem mental das crianças, que a tia tenha dito que é porque eles também vão chegar lá. Mesmo assim dói...

Ficaria indignada e com certeza discutiria com a professores, coordenação e sei lá mais quem da escola se visse algo do tipo na sala de aula de uma sobrinha, afilhada, irmão ou coisa do tipo (não tenho filhos - só a minha dissertação de mestrado!).

As potencialidades dos alunos foram literalmente distorcidas, pois a complexidade de cada uma das crianças foi desconsiderada; hierarquizadas, pois de alguma maneira a professora, ou seja lá quem for, decidiu assumir um parâmetro para tal hierarquização (que parâmetro é esse, quem definiu, baseado em quê?); e escondidas, pois foram cercadas de uma metáfora, não necessariamente compreendida pelos pequenos.

É... Não me incomoda somente a professora. A responsabilidade não é só dela. Onde estava a coordenação pedagógica, outros colegas (duvido que não tenha comentado com alguém), a direção e os pais das crianças. O trabalho docente é essencialmente social e responsabilizar apenas a professora também não é solução - a professora não trabalha sozinha na escola! - mas não significa que ela não deva estar preparada para criticar, ou ainda, expor justificativas para suas ações. O que me lembra uma pergunta que tem me perseguido: qual será a proposta pedagógica dessa professora? Ou para cada um de nós: Qual é a sua proposta pedagógica enquanto professor?

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Desenho...

Tem um tempo que estou lutando contra mim mesma... Estou escrevendo minha qualificação para o mestrado. E é claro, não é nem um pouco legal, quero dizer, é legal, mas muito doído, para ser sincera. Concatenar ideias minhas com ideias de diversos autores de modo a elaborar um diálogo com justificativas expressamente claras tem sido bastante trabalhoso. Definitivamente acho que quando me perguntarem se tenho filho poderei dizer que pari minha dissertação. O que salva são os momentos em que preciso parar...

E foi num desses respiros que fiz o desenho que coloquei aqui...
Fiquei pensando no quanto ficou bacana e no quanto não tenho me dado a oportunidade de relaxar fazendo coisas que realmente gosto - fora assistir algum seriado, pois nem consigo pensar em ler um dos livros que estou animada para ler há uns meses: Millenium 3 do Stieg LarssonCriatividade quântica do Amit Goswami, Orgulho e preconceito da linda Jane Austen e A vida é uma festa da Sarah Mason.Quem sabe não os coloco aqui por perto e vou lendo nos intervalos... Mas na rede!